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De uma cousa sede bem certa, que com melhor vontade e menos sentimento meu soffreria ve-la no mundo em uma publica dissolução, que Deus não queira, que casa-la por tal maneira, contra a honra e vontade do Infante meu irmão, que me tem e eu lhe tenho mui verdadeiro amor.

Absolvê-lo-ia dessa miséria? Não se sentiria ela salpicada tambêm pela lama em que Frederico se atolava?... Mas Júlia viveria na perpétua ignorância dos sentimentos impuros que acordavam no seu organismo doente e, mesmo que viesse a conhecer tantos desvarios, não se consideraria traída porque não queria dêle mais do que uma estima fraternal... Por entre a névoa das emoções opostas que o faziam vibrar, Frederico raciocinava ainda com certa clareza.

Ora os animaes ficão tristonhos e, em poucos dias, vão definhando até morrerem; ora tornão-se espantadiços; correm, sem direcção certa, girando até cahirem, ou seguindo diagonalmente; ora completamente cégos; ora surdos.

Muitos dos mais apontados em certa sociedade libertina de Lisboa, mescla de beaterio, hypocrisia, e despejo, quando viram Alvaro da Silveira ligado ao conde de *, disseram: «está perdido!» E quem o não diria? O conde tinha uma instrucção mediana, que puzera ao serviço da sua immoralidade.

Os decretos de 11 de setembro de 1852, tiveram por objecto beneficiar os habitantes do antigo termo. Negal-o seria negar a verdade. O que não lhes fizeram foi justiça inteira. Talvez se possa sustentar a legitimidade do imposto excepcional e gradativo, que a lei estabeleceu nas licenças para a venda de líquidos, até certa distancia da linha de circumvallação de Lisboa.

Depois que o tio Bernardo chegou, houve até sempre, em casa, um certo luxo, uma certa despreoccupação pelo dia seguinte.

Mirabeau, Danton, Robespierre, Desmoulins, e muitos outros algozes e martyres do grande açougue, eram nomes de soada musical aos ouvidos de Simão. Diffamal-os na sua presença era affrontarem-no a elle, e bofetada certa, e pistolas engatilhadas á cara do diffamador.

Se houvessemos de dar credito (respondeu o doutor) á experiencia, e tomar os successos do mundo por argumento, com poucas porfias se manifestará a verdade da vossa pergunta: mas tratando primeiro das razões, vejamos em que se parecem, e os poderes em que os antigos igualaram o amor, e a cubiça; que de ambos deixaram jeroglificos, e figuras. Pintaram pois ao amor menino, formoso, com os olhos tapados, despido, com azas nos hombros, e armado de arco e settas: menino, por facil e fagueiro; formoso, porque a belleza é o objecto dos amantes; despido, porque se não póde encobrir; cego, porque não , nem conhece a razão; com azas nos hombros, por ligeiro, e mudavel; armado, por forte, poderoso e cruel. A cubiça pintaram-a mulher, despida, com os olhos tapados, e azas nos hombros. Despida, pela facilidade com que por seus effeitos se descobre; cega, porque não nenhum respeito humano em rasão do que deseja: com azas pela velocidade com que segue aquelle objecto, que debaixo da especie de proveito se lhe representa. Assim que nas armas, e no sexo feminino achamos na pintura differença: porém se considerarmos os effeitos da cubiça, ou foi que na pintura de mulher as quizeram cifrar todas, ou que lhes faltou lugar para tantas armas; porque se amor é forte e poderoso, e vence a tudo, como disse o poeta; o mesmo confessa que a todos os extremos fórça, e obriga a sede do ouro aos humanos; se a amor como a poderoso o fingiram Deus cruel, como diz o poeta Seneca; não a cubiça é Deus do avarento e cubiçoso, mas o mesmo ouro que deseja, como d'elles disse um doutor santo; se lhe chamam cruel pelos damnos que no mundo fizeram seus poderes, mais reinos assolados, cidades destruidas, e damnos immortaes se fizeram no mundo por cubiça, que por amor: e antes de chegar aos exemplos, com que se póde provar esta verdade, vejamos em seu nascimento que coisa seja amor humano; e o que é cubiça. A elle chamaram muitos auctores furor; e este definio maravilhosamente um doutor grego, que disse que amor era um desejo irracional, que facilmente se emprega, e com grande difficuldade se perde. E da cubiça escreve outro mais moderno, que é um appetite fóra da medida certa, que ensina a razão; que não tem modo, nem fim.

em baixo, os serventes do café fallavam a meia voz e mostravam no olhar certo ar de preoccupação, certa importancia no gesto, como se effectivamente se estivesse passando cousa de momento no andar de cima. O café contrastava porém com a animação que se percebia nas salas da hospedaria.

De sorte que eu, a respeito do filho, que ella dizia ter deixado em Portugal, não cheguei a fazer perfeito juizo, nem a mesma filha estava convencida de que elle tivesse existido: a prova era que ella ouvia com certa estranheza as revelações confusas que a mãe me fazia sobre as desgraças do seu longo desterro e captiveiro.

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