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E logo continuou a palavrear ácerca do Artista, emquanto eu me explicava a sua vida final, o suicidio provavel, os caixões de revistas que vira em Villa de Frades, e com as quaes elle, por ultimo, quasi obrigado a viver ali, bem por certo, de volta a casa, iria feriar-se daquellas noites mal conversadas com quem, por falta de ouvidos, não podia ouvi-lo, a elle que fora em Lisboa, o primeiro de um cenáculo de que haviam feito parte, entre outros, artistas como Ramalho e Bordallo, ao lado de curiosos, ás vezes, valha a verdade, bem inferiores ao sympathico negociante, que, ao menos, herdara do seu convivio a devoção supersticiosa da sua memoria!

Coroava este cenaculo um philosopho que as gravuras do tempo apresentávam com um sorriso saloio de creado de servir em dia de banquete. O defunto Voltaire, de quem o leitor ha de talvez ter ouvido fallar, como dizia Rivarol, era um homemzinho que monopolisava o espirito nos salões do seculo XVIII, o grande seculo da conversação.

O socialismo não é nem a subversão violenta das instituições e dos costumes, nem a palingenesia messianica milagrosamente revelada, para acabar para sempre com os males humanos, por este ou aquelle inspirado propheta de tal ou qual cenaculo de crentes: e não é uma coisa, exactamente porque não é a outra. Não ha nisto paradoxo. Quero dizer que o socialismo não ameaça as instituições e os costumes, que constituem o organismo e a tradição da humanidade, precisamente porque não é uma invenção do pensamento individual um systema sem raizes historicas, exterior á realidade social, mas sáe, pelo contrario, da tradicção e da historia, é a propria historia e tradicção num periodo das suas transformações continuas, um parto da razão collectiva e um fructo natural do mesmo desenvolvimento da sociedade.

E, ao mesmo tempo, que singularissimo typo de rapaz eu conheci com elle, e todos os dias encontro por ahi atraz de uma prima de Silvina, e de um tal Guimarães, linheiro, ou pregueiro, ou cousa que o valha... Que homem se fará d'alli, se o céo o não leva d'este mundo e d'esta sociedade que tanto precisa de um cenaculo d'aquelles apostolos!... V. exc.as de certo não conhecem Leonardo Pires de Albuquerque, fidalgo da Maya, descendente de D. Martim Pires da Maya, que gerou D. Pedro Pires, que gerou D. frei Martim Martins, mestre da ordem do Templo no seculo XIII? De certo não conhecem...

A marcada B 12 8 tem no final a data 1568. Ha tres copias do seculo XVII; uma destas foi doada pelo bispo de Beja, D. fr. Manoel do Cenaculo. Do seculo XVIII possue a Bibliotheca duas copias. A copia n.^o 841 offerece algumas notas e explicações do texto. Acho ainda um fragmento sob n.^o 8.169. Em todas estas copias acho os taes quatro capitulos riscados para a primeira edição.

3.^o Nos Commentarios de Affonso sabio, traduzidos em português no tempo de Affonso IV, termina o capitulo 416 por uma passagem, em que Cenaculo quiz ver a memoria do milagre, embora nella não haja uma palavra a semelhante respeito.

Era o tempo em que eu e os meus camaradas de Cenaculo, deslumbrados pelo Lyrismo Epico da Légende des Siècles, «o livro que um grande vento nos trouxera de Guernesey» decidiramos abominar e combater a rijos brados o Lyrismo Intimo, que, enclausurado nas duas pollegadas do coração, não comprehendendo d'entre todos os rumores do Universo senão o rumor das saias d'Elvira, tornava a Poesia, sobretudo em Portugal, uma monotona e interminavel confidencia de glorias e martyrios de amor.

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