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Rio-me dos adverbios que eu e tu usamos n'estes cazos. Cavalheiramente! Fôste buscal-a cavalheiramente! E, se tivesses cazado com ella, na occasião em que a comparavas á melancia fresca e indigesta, com que adverbio celebrarias a tua acção?... Cazar!... por que não cazas tu? Isso é outra questão...

Tu puzeste em mim teus olhos, E eu fui pôr em Marcia os meus; Que me paga mil extremos, Assim como eu pago os teus; Marcia, que em alçando os olhos, Mil settas nesta alma crava; E em cuja caza tu tens A dita de ser escrava; Tens-me a mim por companheiro; Temos o mesmo Senhor; Tu, por cazos da fortuna, Eu, por castigo de Amor;

Aho que ho Ifante respondeo, que se maravilhava muito delRei seu padre, hum feito tam craro, e de taal importancia querelo poor em vagarias, nas quaaes elle nom queria poor seu corpo, vida, e honra, porque se ElRei tivesse vontade de ho estranhar, e punir como lhe enviava dizer asaaz provado estava ho erro pera na exequçaõ delle nom procederem interlucutorias nem tantas delongas, e que jaa em cazos, que menos relevavaõ, e comprova que nom era tam abastante, mas por soo prosunçam lhe vira proceder contra muitos, e punillos, e que assi ho devia fazer neste cazo, e que hos originaes por seerem escritos em papel, e por se nom perderem tinha mui beem guardados antre duas tavoas, e que ha ElRei hos mostraria quando fosse necessario, e que porém, que sobresso mais se avia de fazer com mostranças da meaça.

Dom Martim de Freitas lhes respondeo: «Parentes, e meus amigos, que aqui estaes, nunca Deos queira, que obedecendo a esse vosso concelho eu ponha tão grande magoa sobre minha limpeza, nem consinta tamanha traição sobre minha honra, e lealdade, nas quaes todas encorreria se desse este Castello senão a quem por minha menagem mo deu, em quanto elle for vivo, e ami não fica por ver, e conhecer craramente as grandes tribulações que vós, e eu, e todos aqui padecemos, mas se vós quizerdes trazer a vossas memorias, e poer ante estas vossas necessidades outras muito maiores fomes, e males, que muitos sendo cercados padeceram, achareis que por manterem suas lealdades depois que todalas couzas lhe faleciam a comerem as raizes das viz ervas, se sostiveram, pelo qual deste temor e afronta prazerá a Deos por sua piedade, que bom nome, e segurança nossa sedo nos livrará, e em algum tempo vos alegrareis contardes a vossos filhos e amigos estes males que padeceis, com que não acrecentareis pouco em vosso louvor e merecimento, e obrigação de bondade, e lealdade, que a outros em semelhantes cazos confrangeo, e essa mesma neste cazo nosso nos não desobriga, ca em outra maneira as vidas, que salvamos, durarão poucos dias, e a infamia, e deshonra, que por esso recebemos, durarão pera sempre, pelo qual vos rogo, que em quanto poderdes não faleçais, e me ajudeis, ca Deos nos acorrerá, e este mal prazendo a elle não durará muito, e por ventura se algum de vós pera seu serviço, ou pera outra sua deleitação tiverem dezejos de molheres dizei-mo, que aqui está minha filha, que é boa donzella, e que muito amo a que eu mandarei que em tudo vos sirva de boamente, porque com melhor vontade consentirei, e menos me doerá, que ella perca a vertude de sua virgindade, que por mingoa de vós outros, perder eu minha lealdade, e ser constrangido a fazer tamanha traição, como seria dar como não devo este Castello a quem mo não deu».

Ja me esquecia dar a razaõ, porque asima eu dice, que este escriptor mascarado nada convencia com as suas razoens. Muitos se haviaõ de admirar, se tal me ouvisem; quando vem tantas paginas escriptas, tantos cazos, e tantas noticias para este fim amontoadas. Pois na minha opiniaõ isso he a couza mais estravagante, que se pode dar.

Mas o que D. Antonio da Costa não teve tempo de ver e apalpar foi o miôlo, a medula, as entranhas romanticas do Minho; quero dizer os costumes, o viver que por aqui palpita no povoado d'estes arvoredos onde assobia o melro e a philomella trilla. Ah! meu amigo! Romances, tecidos de cazos candidos e innocentes, apenas os fazem por aqui os passaros em abril quando urdem e afôfam os seus ninhos.

O certo foi que a pertinacia do sensato amigo vingou abalar o animo renitente do Abreu, a ponto de lhe incutir por um lado da alma o raciocinio e pelo outro lado o medo. Entretanto, no quartel do morgado de Val-Escuro occorriam cazos notaveis.

Contas teus cazos sem medo A quem por amigo passa; Fiaste-te em rosto lêdo; Foste no meio da praça Assoalhar teu segredo; Mal os homens conheceo Pura amizade enganada, O santo rosto escondeo, E tornou-se envergonhada Para o Ceo, donde desceo; O amigo que te rodeia, Véste das tuas paixões; Com ellas te lizonjeia; São raros os corações, Em que dôa dor alheia;