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Na alma de Frei Genebro correu um arrepio imenso de terror. O negro prato descia, firme, inexorável, com as cordas retêsas. E na região que se cavava sob os pés do Anjo, cinzenta, de inconsolável tristeza, uma massa de sombra, molemente e sem rumor, arfou, cresceu, rolou, como a onda duma maré devoradora.

Elles não sabiam explicar a vida: sentiam-n'a e soffriam. De explicou-lhes: Foi assim... Disseram-me um dia: Eis aqui um thesouro, cava! E eu puz-me a cavar. D'um lado e d'outro accumulou-se a terra. As minhas mãos eram negras, os meus vestidos cheiravam a terra e eu cavava. A mina era profunda como um poço. O céu esquecera-o, as arvores esquecera-as.

O rio parecia uma voz de segredo, baixa, murmurosa, de que apenas ressaía o rouco e triste coaxar dos batráquios. Nas superfícies, em que se alternavam as sombras e os reflexos, o voo do morcego perdia-se e reaparecia, incessantemente. A faixa de céu estrelado, dilatada para cima das árvores, cavava um abismo nas águas.

E tambem me resta a sensação de incessantemente e com arrobado deleite me despojar, arremessar para um regaço, que se cavava entre um ventre sumido e uns joelhos agudos, o meu relogio, os meus berloques, os meus anneis, os meus botões de punho de saphira, e as cento e noventa e sete libras em ouro que eu trouxera de Guiães n'uma cinta de camurça.

Eu não te via os olhos, mas adivinhava-os: estavam maiores, mais nevoentos, como janelas deitando p'rò silencio que se cavava em torno, fazendo leito ao nosso pensamento pelo espaço... E confusamente sentíamos que o tempo passava, passava sempre entre os nossos corpos enlaçados.... Por fim era

vinham, as suas lividas, aduncas mãos, cruzadas sobre o chale, arrepanhando-lhe as franjas, sôfregas de esquadrinhar a minha roupa branca! se cavava, aos cantos dos seus labios sumidos, um rigido sulco d'azedume!... Tremi: mas visitou-me logo uma inspiração do Senhor.

Talvez que eu durma tambem sob os matizes Das flôres, ao sorrir das mil germinações, Dando um pasto fecundo ás tuas sãas raizes Depois de te sagrar as ultimas canções! Havia um rapaz são, robusto, bom, valente, De espadua larga e rija; um ceifador gentil. Cavava todo o dia, andou sempre contente E a feria dava á mãe sem falta d'um ceitil. Elle amava a campina e os ceus largos, serenos.

Porque de cada vez a physionomia do mendigo se tornava mais livida. A anciedade pintava-se-lhe nas feições. Cada ruga de mais, que se lhe cavava na fronte angustiada, traduzia-se immediatamente em cinco réis de menos no preço que lhe offereciam. «Finalmente, exhausto, prostrado, desfallecido, entrou n'uma ultima loja, e, quando entrou, deixou-se cair em cima de uma cadeira.

Um homem, em mangas de camisa, magro, esguio, de rosto queimado pelos ardentes bafos das soalheiras, cavava, com uma grande tristeza na face, em que se emmaranhava a barba crespa e negra, e nos olhos que fulguravam. Nuno foi direito a êle, saùdando-o amigávelmente. O cavador, tirando o chapeú esburacado e sujo, murmurou com humildade: Salve-o Deus, meu senhor.

E contou então como o padre Anselmo, apparecendo-lhe mysteriosamente no convento da Covilhã, desceu á cripta, no intuito, dizia elle, de orar aos pés da cruz, onde devia ser crucificado... Relembrou com infernal prazer todas as minucias d'essa scena horrivel; a maneira como, acompanhada do padre Hilario, o seguiu ao subterraneo e como, quando elle vinha sahindo, depois de ter feito ouvir por largo tempo o ruido surdo de quem cavava, o proprio filho, com um vigoroso murro, o fez cahir no meio do subterraneo, fechando-lhe a porta pelo lado de fóra... Depois, os tres dias de agonia lenta, torturado pela fome e pela sêde, todas as peripecias terriveis d'esse drama sombrio de vingança e de sangue, que teve a sua acção no medonho in-pace da Covilhã.

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