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E era este corregedor muito honrado de sua casa e estado, e muito praceiro e de boa conversação, e seria então em meia idade. Sua mulher havia nome Catharina Tosse, briosa, louçã e muito aposta, de graciosas manhas e bem acostumada.
Vivia D. Marianna de Portugal fóra de portas, quando D. Miguel a viu. Sua sexta avó D. Catharina Arrais soprara a mesma lavareda no peito de Affonso VI. Mas o real amante, graças á brandura de costumes d'este seculo, não a tosquiou, antes lhe beijou as tranças, e se deixou encadear por ellas.
Ao pé d'ella estava sua filha D. Catharina, duqueza de Bragança, a qual, parecendo-lhe porventura abatimento de sua real grandeza intitular-se duqueza, se chama a senhora Catharina. Teria de edade vinte e nove annos.
Atravessara Dom Luiz a comprida sala chamada ordinariamente dos tudescos e se dispunha a descer a marmorea escadaria dos reaes paços da Ribeira quando se lhe aproxima um dos pagens de Catharina de Austria e, em tom de quem dá conselhos, ousa segredar-lhe assim: Tomae cuidado. Os reis não costumam perdoar as offensas que recebem. Ao misterioso aviso quasi que Dom Luiz não prestara ouvidos.
Na noute de 19 de março, dictou á madre Catharina da Silva o seu testamento, em que institue por seu herdeiro o mosteiro de Jesus e dá liberdade a alguns escravos com que seu pae a presenteara quando regressou da conquista d'Arzilla.
Tem relações com sua altesa serenissima Dona Catharina de Austria, um coração de bondade como não ha outro mais protector dos pobres e dos infelises. Que immensa gloria, que felicidade a minha em topar com tam boa e poderosa gente! Beijo-lhe as mãos, meu rico infantão. Agora sim. Para tudo quanto precise tem ás suas disposições o servo mais humilde e mais dedicado. Prompto, meu amo!
Como o ensejo lhe não saisse de molde, consultou a irmã, referindo-lhe o supposto galanteio do morgado. D. Catharina dissuadiu-a de pedir esclarecimentos, aconselhando-a a simular que o não entendêra. Pouco antes de terminada a partida, um moço legitimista recitou um poemeto dedicado ao nascimento do terceiro filho do sr. D. Miguel de Bragança.
Compadre! atalhou escandalisada a sr.^a Catharina compadre!
Caíu de golpe na poltrona de mais capacidade e flacidez para quedas d'aquella natureza! e, tapando a face com as mãos alvissimas, balbuciou, desentallando-se dos suspiros: Oh! que infeliz! que infeliz! Duarte inclinou-se com os labios ao colo de Catharina, e disse affectuosamente: Perdoemos um ao outro. Estes ciumes reciprocos dizem que nos amavamos por egual.
Pois é dizer o que quer. O doutor leva ordem franca; não poupe dinheiro, e ponha-me o homem fóra da nação. Assim armado com o invencivel dinheiro, o tio de Carlota Angela chegou a Lisboa, em fins de 1806, levando cartas de apresentação para o ministro da marinha, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, para D. Catharina Balsemão, e para o intendente geral da policia, Diogo Ignacio de Pina Manique.
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