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Por varias vezes Caterere me disse que Manuel Antonio lhe viria fazer guerra, e que o trataria como tratou ao Macombe, rei do Barue.

Comquanto não tenha podido reconhecer os montes a que Mauch chamou Bismack e Moltke, é de certo ás serras em Guessa que ficam ainda para o sul da aringa do Caterere que elle se referiu quando disse que as serras a leste dos campos de Oiro formavam uma barreira invencivel aos que a elles pretendessem chegar vindos d'esse lado. Talvez o dissesse para tirar a vontade aos exploradores portuguezes.

Durante o dia fez-me Caterere repetidas visitas á palhota onde fiquei, e aconselhou-me a que, em logar de ir para Inhachiranga na margem esquerda do Aruenha, fosse para uma povoação de um Camunda, na margem direita e portanto ainda da terra de Caterere, podendo eu d'ahi ir ver os logares proximos onde gentes de Guessa e das terras vizinhas costumam lavar ouro.

Tinha porém eu partido de Gouveia com gente e conselhos do Manuel Antonio; o nome d'estes mambos vizinhos do Luenha, principalmente o do Caterere, está muito ligado no espirito de Manuel Antonio ao do Macombe, antigo rei do Barue, de quem elles eram como vassallos e suppuz que recorrendo eu ao capitão mór de Chicoa para a occupação do Rupire, não seria isso agradavel a Manuel Antonio; vindo mais tarde a reconhecer que, se assim tivesse procedido, o teria extraordinariamente offendido e talvez motivado acontecimentos desagradaveis.

Não consentiu o mambo que eu partisse sem ser seu hospede durante uma noite. Na madrugada do dia 15 voltei ao meu acampamento no Caurese, onde cheguei na manhã seguinte; vindo com um grande do mambo, que me acompanhou para communicar as ordens do Caterere e facilitar o transporte das cargas para a margem do Aruenha.

O Barue, na parte exactamente comprehendida entre Gouveia e a povoação do Caterere, acha-se despovoado e não havia caminho aberto n'essa direcção; por isso, parti de Gouveia dirigindo-me mais para o norte até á aringa de Inhangona, e d'ahi voltando para sudoeste segui para a aringa de Tumbura indicada no mappa, quasi na fronteira do Barue e na latitude da povoação do Caterere.

Recebi do Caterere muitas informações ácerca dos mambos e campos de oiro que me ficavam para a frente; soube tambem que da aringa a Manica são cinco dias de caminho, havendo apenas entre as duas terras a de Munhama, que se atravessa em dois dias. Não se passa pelo Aruangua, o que prova que este rio nasce a leste do caminho seguido.

Procurei fazer desapparecer esta idéa, repetindo-lhe que pelo contrario Manuel Antonio lhe mandava um presente de amisade, e explicando-lhe que o Rei de quem Manuel Antonio era subdito, não queria guerra, mas amisade, não com Caterere, como com todos os regulos visinhos, e que para estreitar relações de amisade eu a todos tencionava visitar.

Como era de esperar, o chefe da aringa, logo que eu passei por ella, e não me achava em condições de seguir com os carregadores que trouxe do Barue, não me facilitou a marcha, para diante, apesar de eu lhe dizer que ia até Inhachiranga para ahi esperar o capitão que devia preceder-me na visita que eu desejava fazer ao Caterere, o instou muito para que não saisse de Guessa sem primeiro ir visitar o mambo.

Cito esta circumstancia para acrescentar que, apesar de eu ter ido com tres muleques e estar morando na aringa, vieram pouco depois dizer ao mambo que a gente das proximas povoações tinha fugido ao ouvir os tiros, suppondo que era guerra! A aringa do Caterere é pequena, e muito fracamente construida; tem proximo uns montes de rochas que a commandam completamente.

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