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sabes, que no dia em que ligado A Marcia Jonio foi pelo sagrado, Indissoluvel , cantei louvores A tão ditosos, tão fiéis amores, E o número augmentei dos Convidados; sabes as meiguices, e os agrados, Com que a minha infiel me fez ditoso: Alli, traçando hum baile harmonioso, Por parceiro me quiz; alli sentada Junto a mim, vezes mil a refalsada Protestou, que em sua alma eu vivia, Que eu era de seus olhos a alegria, Dando-me a bella mão furtivamente, Que, ardendo de paixão, beijei contente.

Eu, que outr'ora a cantei, que ardi por ella, para quem toda a alegre Natureza era animada, meiga, inspiradora; que doce delirava entre as violetas, entendia o favonio e a voz das fontes, entrava co'a andorinha em seus prazeres, co'o rouxinol em seus segredos ternos; que do meu estro nas visões formosas arvoredos, oiteiros, grutas, rios, povoava das priscas divindades, e n'um mundo meu, vivia todo... hoje, ¡quão frouxa pela mente nua sinto raiar a inspiração que imploro!

E sem um grito, sem um lamento, Minh'alma vive na dor que a enleia, Como uma aranha na sua teia... A minha Lyra tinha uma corda: Emquanto moço tanto cantei, Que a pobre corda despedacei. Agora, ás vezes, se a Musa accorda, E quer de novo pôr-se a cantar, Ninguem a corda pode emendar... A Mocidade não pensa em nada, E a pobre corda vi-a quebrada Quando tocava mais afinada...

E, tomando ja na mão A lyra santa e capaz D'outra mais alta invenção, Calle-se esta confusão, Cante-se a visão de paz. Ouça-me o pastor e o rei, Retumbe este accento santo, Mova-se no mundo espanto; Que do que ja mal cantei A palinodia ja canto. A vós me quero ir, Senhor, e grão Capitão Da alta tôrre de Sião, Á qual não posso subir, Se me vós não dais a mão.

A minha Lyra tinha uma corda: Emquanto môço tanto cantei, Que a pobre corda despedacei. Agora, ás vezes, se a Musa accorda, E quer de novo pôr-se a cantar, Ninguem a corda pode emendar. Era uma corda que vibrava Quando a minh'alma toda chorava, E tantas mágoas, tantas, cantei, Que a pobre corda despedacei.

Mas estou certa de que depois chegará o aborrecimento, a nostalgia do proscenio. Na ultima epoca que cantei no theatro Scala, ha tres annos, adoeci ao começar o inverno. A doença era ligeira e qualquer outra que não fosse eu estaria completamente curada com um mez de tratamento e de socego. Mas a impaciencia, o desgosto e a febre devoravam-me, por fórma que estive de cama tres mezes.

Eu abracei estas arvores, eu bati palmadas n'estes muros, lavei-me n'esses tanques todos, bebi agua d'essas fontes, deitei-me á sombra d'essas arvores, eu cantei, eu saltei, eu chorei, e a final.... quer que lhe diga? Não tive mão em mim que não ajoelhasse para beijar esta terra! beijei, sim, beijei esta terra, que eu ganhára á custa de muito trabalho, de muito suor e de nenhuma vileza.

Onde vou visitar na urna estreita Os santos ossos do Varão divino, Que pretendeo do Mestre o mão direita. Assi, d'hum lugar n'outro de contino, O bem que ja cantei, chorando venho; Tornei-me de vaqueiro, peregrino: Tal hábito me vês, tal vida tenho. LIMIANO. Anzino, he breve o dia Para poder contar O que sinto de tua desventura.

Mas não posso imitar os outros namorados Piegas que em idilio arrastam toda a vida. Lisboa, 1890 O ceo puro e sereno, O mar auri-fulgente, O ar tepido, ameno, O campo sorridente, A rama do arvoredo, A frança dos salgueiros, A voz do fragoedo, Que limpidos ribeiros! Ao fundo entre a folhagem Beijada pela aragem Risonha reclinada Estavas tu, Elvira. Eu empunhando a lyra Cantei a minha amada.

Quando moço, cantei, mas em formas discretas Que nunca o meu segredo ousassem revelar, Tudo o que sem mysterio a muitos outros poetas Soube o Amor e a Paixão em voz alta inspirar. Feliz, o Amor... nem mesmo ephémero sorriso Deixou nessas canções memoria do seu rastro; Desditoso, ficou como um luar indeciso, Chamma d'oiro escondida em vasos d'alabastro.

Palavra Do Dia

stuart

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