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«Anjo bento! isso é bruxêdo! Cruzes, canhoto! Terá ella fadario? Fadario tem V. m. de toleima, tia Poncia! Vive commigo ha tantos annos, e parece que está cada vez mais tonta! «Quem? eu! tonta eu, porque lhe digo as verdades, snr. João! Eu não lhe disse que a Vicencia era uma trapalhona, que lhe dava volta ao miôlo!? Diga, snr.

Garifa... minha pobre Garifa! murmurava o bésteiro. Safio, chega-lhe vinho; um trago não lhe fará mal, gritou João Canhoto; e em seguida, tomando o pichel que o seu companheiro trazia á cinta, derramou algumas gotas sobre os lábios da desfallecida moça, ao passo que este resmungava, vendo correr o licôr a que não parecia desaffeiçoado: Boa cera com ruins defuntos!

A vêr se lhe sahe arco de egreja, respondeu o homem, que dava pelo nome de João Canhoto, rindo. A mim agora se me sahir tumba. Isso é bom para cachopas. Vamos, vamos, tia Luiza; ainda está féra, rija como um virote, e um noivo agora era mel pelos beiços. Seu bargante! exclamou a velha, mostrando no rosto que a mofa do galeote não era inteiramente recebida como tal.

Contou á velha tudo quanto tinha visto na Fonte do Inferno quando viera tarde da feira, e exigiu explicações completas sob a ameaça duma sóva se ella não quizesse dizer a verdade. Ao principio a Gertrudes indignou-se, pôs as mãos no peito, jurou a sua inocencia e negou que fosse feiticeira. Na Fonte do inferno?! O Manoel que não sonhasse em tal crédo! cruzes, canhoto!

Deus a ouça, visinha... Deus a ouça; mas parece-me que será: o sete-estrello vai alto! Não é, não. Ólá, João Canhoto, meia-noite será? Não é, tia Luiza. Quer ir saltar as fogueiras? Eu não: forças para tal Deus as déra. O meu tempo passou. Quando rapariga!... Então deitou ovo em escudella? Para que?

Vae esta gente procurar torturas áquellas casas que vendem a inquietação, a angustia, as noites raladas de ciume, de despeito e de odio; casas sinistras em que se respira a fatalidade em tudo na mobilia que se compõe de uma bilha quebrada e de uma cadeira côxa, nas rodilhas que supprem os vidros das janellas, nas paredes a cair, no fogareiro ao meio da casa com uns carvõesitos quasi afogados na cinza, no galo grande que canta como o diabo, no pucaro com bagos de café e clara d'ovo, no sacco dos bruxedos com pedra d'era e coke, na cruz de alecrim, no espelho, na thesoura, aberta em cruz em cima do sal, no palavrorio de resa que precede o botar a falla: Credo cruzes canhoto temos bruxaria saramago mostarda alho e arruda maravalhas e palhas de alhos!

João Canhoto não deixava de dizer a verdade: as mouras por aquelles tempos roubavam ás christãs bastantes corações, tanto de nobres, como de peões, o que as obrigava a crêr em poderes occultos, para não se confessarem derrotadas nos encantos.

Então vossemecê, vae ou não vae! ajuntou a tia Monica em voz alta, voltando-se de novo para o porteiro. E ella a dar-lhe, e a burra a fugir, disse o guarda-portão, voltando-lhe a cara para a banda, e continuando a varrer o patim. Se vossemecê continua a atormentar-me subo acima e digo ao mestre Jeronymo que lhe pegue por um braço e que a ponha fóra da porta. Forte impertinente! cruzes, canhoto!

No céu dos mouros... que é o inferno, accrescentou por entre dentes... não entra quem prova do sumo da uva, ouvi dizer. O bésteiro arredára Canhoto, e, com um braço debruçando-se sobre o corpo da sua namorada, tomava-lhe as mãos entre as suas, quando ella abriu os olhos, murmurou algumas palavras inintelligiveis, e tornou a fechál-os, soltando um suspiro. Garifa!

Entre o fundo escuro em que se mergulhava a margem opposta, em consequencia da fogueira que fizera avivar João Canhoto, e o lanço do rio tocado pelos derradeiros raios da lua, junto da fonte, á beira da agua, via-se uma figura branca, indefinida em tudo que não era o contorno, movel, conforme as oscillações e intensidade dos fogos, accesos que parecia, mais do que a pousar na terra, suspensa do ar, baloiçada por fio invisivel.

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