United States or Serbia ? Vote for the TOP Country of the Week !


Perguntando eu mezes depois, em Braga, a um secretario de embaixada se conhecia em Paris o addido Cordeiro de Magalhães, disse-me que conhecera um Cordeiro de Magalhães addido sim, mas a uma cocotte, e que, a julgar do abysmo pelo cairel, o pobre rapaz dentro em pouco estaria de volta para a sua aldêa sem dinheiro nem honra. Agora, um episodio que prende com esta historia.

João Bernardino da Silva Borges viu o menino andrajoso, a tiritar, com o espasmo da fome nos olhos aquelle olhar espavorido da miseria que parece sagrada nas criancinhas aquelle olhar torvo, expressão de assombro do anjo a tremer sobre o cairel d'este inferno do mundo. O menino tinha uma carta na mão. O snr. Silva Borges leu a carta.

Nesta viagem pelo ermo espaço, busco o teu encontro e o teu abraço, Morte! irman do Amor e da Verdade! Basta sentir-te ao de mim, no escuro, Entre as fórmas da noite, com quem falo. Atravez do silencio frio e obscuro Teus passos vou seguindo, e, sem abalo, No cairel dos abismos do Futuro Me inclino á tua voz, para sondal-o.

Pintaram-n'o cego os antigos. Cego, porque tudo é despenhar-se em insondaveis profundesas de virtude ou de crime, sem lançar mão á humilde esteva que florece no cairel do abysmo, para que o sustenha na queda; cego, porque tudo é querer arremetter com as difficuldades que lhe tomam o passo e ir por deante na sua vertiginosa carreira quasi sempre vencedor e poucas vezes vencido; cego, porque se não lembra de que a vida é pequena para elle e porque aspira á eternidade quando se inflamma em peito de Jacob e de sete em sete annos renova o longo sonho da sua ventura almejada com o pensamento fito em Rachel.

E, depois, agachado no cairel, media com o cabo da enxada a profundidade da cova, proseguindo alegremente: /* Se o coveiro aqui passa, Vae pôr-lh'os na sepultura. */ Metteu a da enxada na leiva de terra, que lhe ficava ao lado, transpoz o comoro de outras sepulturas, e parou junto de um esquife pobre, de pau, sem fôrro, com os symbolos da morte pintados d'amarello.

O lavrador, no cairel do abysmo, vendidas as melhores propriedades, quiz reagir. Viu que tinha pela frente um virago de fibras. Afroixou por medo e por amor. O pusillanime vergava ao prestigio da força. Narcisa offuscava-o com a rutilante belleza do demonio, disfarçado na lendaria Dama de Cabra, e n'outras damas que o leitor conhece com pés chinezes.

Se conhecem a pusillanimidade d'aquelle a quem cumpre ser forte, e até heroe no cairel da voragem, não lhe mettam espantos na alma com phantasmas; robusteçam-no para a provação, quando a hora troar, a hora maldita em que o povo açacala as garras, e golfa das tabernas com bramidos de leão.

Entreviu a passagem dos cavallos á destra, cobertos de telizes de velludo escarlate com as armas de Bragança em relevo de ouro, levados de redea por lacaios com a libré real. Passou S. Jorje, cabeceando a sua plumagem do murrião, cavalgado sobre o cavallo que resfolegava involto no cairel cravejado de diamantes e variada pedraria.

Basta sentir-te ao de mim, no escuro, Entre as fórmas da noite, com quem falo. Atravez do silencio frio e obscuro Teus passos vou seguindo, e, sem abalo, No cairel dos abysmos do Futuro Me inclino á tua voz, para sondal-o. Por ti me engolfo no nocturno mundo Das visões da região innominada, A ver se fixo o teu olhar profundo...

E porque não falar-te hoje? Quem sabe o que o dia de amanhã, soturno cairel dos arcanos do tempo, não guarda para nós envolto nas iriadas roupagens do futuro?