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Uma hora volvida veio Virginia encontral-a sentada n'uma poltrona, defronte do espelho. Fingia que lia. Do regaço pendia-lhe um romance francez. Com a mão direita desviava as tranças fartas, que, por vezes caprichavam em cahir-lhe sobre o peito. O braço esquerdo, abraçando o espaldar da cadeira, servia-lhe de encosto. De subito ergueu-se como uma estatua.

A marqueza de Chalinhy estava deitada, e os seus bellos cabellos louros formavam uma trança, que dando volta vinha propositadamente cahir-lhe sobre o rosto, como que para lhe encobrir a bocca e as faces. Estas duas feições que ficavam visiveis, perdiam-se na penumbra, mas os olhos brilhavam intensamente com o brilho da febre.

Ella cantarolava-lhe, escarnecendo: Fico sósinha á varanda Que o meu bem está na prisão! Aquellas maneirinhas excitavam o padre e com os braços erguidos, a voz calida: Salte, salte! Ella então fez voz de mimo: Ai, tenho medinho! tenho medinho... Salte, menina! vai! gritou ella bruscamente. Saltou, foi cahir-lhe sobre o peito com um gritinho.

Ao entardecer, quando a tristeza cahia do céo, como um lucto de almas não desditosas, mas ainda arraiadas do iris da esperança, confrangeram-se-me em dôr ineffavel as fibras do coração, dôr de saudade voracissima, saudade de Palmyra, desejo ardente de vêl-a não sei se para cahir-lhe de joelhos aos pés, se para escarrar-lhe no rosto.

Teme o que um dia Sonhou na mente uma ambição terrena E mais não por todo esse universo, E além d'elle não sublime e grande: O, que engolfado nos prazeres do mundo, Esqueceu o seu Deus e seus destinos Nem sonha mais ventura além da campa: O que pungido por cruel espinho De uma duvida atroz, sente a cada hora Cahir-lhe a uma e uma cada crença De sobre alma, deixando-a erma e nua, Como as humidas prégas de um sudario, Aos poucos desdobrado, deixam vêr-se Os descarnados membros do cadaver.

Se eu não caminho agora A seu desejo e vontade; Como faz esta Senhora, Fazem-se logo nessa hora Na volta da honestidade. Quem a vira o outro dia Hum poucochinho agastada, Dar no chão com a almofada, E enlevar a phantasia, Toda n'outra transformada! Outro dia lhe ouvirão Lançar suspiros a mólhos, E com a imaginação Cahir-lhe a agulha da mão, E as lagrimas dos olhos.

E ao pender-vos gelada a vossa fronte alabastrina Irá levar a Deus o vosso coração, Tão manso e virginal, tão novo e tão perfeito, Que Deus ha-de beijal-o e aquecel-o no peito, Como se acaso fosse uma pomba divina, Que viesse cahir-lhe exanime na mão!

Ás primeiras palavras, porém, do casamento com o escrevente, Amelia indignou-se com espalhafato. Nunca, antes morrer! O quê? Elle punha-a n'aquelle estado e agora queria descartar-se d'ella e passal-a a outro? Era ella porventura um trapo que se usa e que se atira a um pobre? Depois de ter posto fóra de casa o homem, havia de humilhar-se, chamal-o e cahir-lhe nos braços?... Ah, não!

Assim, quando lhe foi impossivel duvidar e que teve de se render fatalmente á evidencia, a sua dôr não conheceu limites e, no cumulo da desesperação, amaldiçoou a filha e todas as mulheres chamando-lhes encarnação viva de Lusbel, da qual tinham até a infernal formosura; renegou o ceu e a terra e não deixou de lastimar-se e blasfemar até que, vencido pelo peso da propria afflicção, sómente lhe ficaram energias para lamentar com soluços convulsivos a immensa desgraça que acabava de cahir-lhe na encanecida cabeça.