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O PANTHEON MARANHENSE, do snr. dr. Henriques Leal, como do titulo se transluz, é um selecto feixe de biographias de homens, que se illustraram no Maranhão, por prendas da intelligencia. Este livro é tanto mais de estimar entre portuguezes quanto nós andamos arredados da convivencia de escriptores brasileiros. O snr. Leal, que reside em Lisboa, ha annos, é o escriptor a quem os seus conterraneos mais devem no pregão incessante das eminencias intellectuaes do Brazil.

N'este complexo de rapidas biographias, narrativas, e, esclarecida analyse das chronicas da companhia de Jesus, e onde a fórma, a execução e o castiço da linguagem se aprimoram mais, de envolta com a riqueza das noticias históricas.

Muitos annos ha que escrevo biographias de poetas e outras pessoas phantasticas, sem descurar o capitalissimo predicado da sua maneira de se alimentarem.

Por mais que evocasse as minhas recordações, por mais que folheasse esse volumoso livro de biographias que cada pessoa tem archivado no espirito para o consultar de quando em quando, não me era possivel encontrar um nome que correspondesse áquella physionomia: todavia, eu iria jurar que tinha visto algures a mulher do brasileiro, que a havia encontrado, conversado talvez, mas não sabia, não podia dizer quando isso fosse.

D. Maria Telles é um drama historico historico ao menos na intenção, de seu auctor. A acção e a época escolhida pelo poeta, é bem conhecida. A historia da formosa irmã da nossa Lucrecia Borgia de D. Leonor Telles é uma d'aquellas biographias que encerram um facto; mas que por esse facto são perpetuamente celebres. Não ha ninguem que ignore com que arte infernal a adultera D. Leonor sabia obter sempre a satisfação das suas paixões: entre estas houve uma que era pura, o unico pensamento sancto e suave que mora no coração d'essas hyenas com gesto humano chamadas Telles ou Borgias, as quaes felizmente raro apparecem no mundo. Este affecto era o amor materno. Devia ser vivo e profundo, se o avaliarmos pelos crimes que D. Leonor commetteu para segurar na cabeça de sua filha D. Beatriz a coroa de D. Fernando, que se cria seu pai e que talvez o seria. O Infante D. João era um obstaculo que podia oppor-se aos intentos d'aquella mulher diabolica. Como livrar se d'elle? Convertendo-o em um grande criminoso. Foi então que para o perder lhe soprou na alma as duas paixões mais ferozes do coração humano a ambição e o ciume e D. Maria Telles foi assassinada pelo marido porque D. Leonor precisava do seu cadaver para calçar a estrada por onde D. Beatriz devia subir ao throno.

Vem as longas noites do inverno, sem outra convivencia, encontral-os sentados ao fogão, contando-se mutuamente lances de duas biographias, que muitas vezes são saudadas com estrepitosas gargalhadas.

O livro complementar d'estas biographias ha-de denominar-se: REACÇÃO DA POESIA.

O primeiro foi grande theologo e mui sizudo padre que decerto não ferragearia os escandalos que enxameam nas MEMORIAS. O sobrinho, mais mundanal, e auctor do Casamento perfeito, seria o collector de biographias, um tanto airadas, entre as quaes está a do amador da infanta Beatriz. Diogo de Paiva nasceu em 1576 e morreu em 1660. Memorias citadas.

Este accidente da vida de Bocage, omittido nas biographias do immortal improvisador, escriptas por Castilho e Rebello da Silva, tive eu a fortuna de apanha-lo casualmente. Assim, pois, se explica a distincção das botas de Manuel Maria entre as dos seus collegas e rivaes do botequim Nicola: Francisco Lourenço, o sapateiro dos casquilhos d'aquelle tempo, era amante de versos.

O processo não deixa de ser engenhoso: «engenho» é a palavra com que a civilisação, ainda então embryonaria, substituiu a palavra «ladroeira» dos costumes, das biographias, e das acções humanas, que, por força do progresso, hão de ir perdendo a nomenclatura aspera e illogica que lhe davam os gothicos moralistas de carcomida memoria.

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