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Uma vez por outra, o céu desanuviava-se, as manhãs raiavam límpidas como uma imensa e pura flor azul que desabrochasse iluminada por um sol muito louro que dourava os outeiros, os cimos dos montes, tocava as altas ramarias dos arvoredos dum fulgor vivo que parecia arder, scintilar no esplendor da atmosfera. Então, a alegria ressuscitava na paìsagem soturna como uma ave que, pela primavera, é de repente surpreendida pela alvorada gloriosa entre os ramos floridos e começa a cantar sob o mistério celeste de que vitoriosamente desce a luz. Envolvidas pelo banho fulvo da claridade, as próprias coisas inertes pareciam impregnar-se de alma, davam a ilusão de serem dotadas de movimento. Errava no ar uma beleza esparsa; as perspectivas, na nitidez do ambiente, prolongavam-se indefinidamente, cheias de poesia e de vago. A vivenda, elevando-se no meio do jardim, com as suas grossas paredes, as suas varandas, os seus telhados de largo beiral onde as pombas arrulhavam em certos instantes, as suas escadas de pedra com grades de ferro pintadas de verde, em que as roseiras de trepar se enroscavam, animava-se tambêm com o júbilo triunfal daquela festa da natureza. Mais satisfeitos e expansivos, os criados palravam na cozinha,

E todavia, nesses olhos redondos, de fino ámbar, mesmo através do tremor e do espanto, rebrilhava uma superior beleza a Energia Inteligente que o ia trôpegamente levando, sôbre as pernas arqueadas, para fóra da mata onde passára a sua manhã de longos séculos a pular e a guinchar por cima dos ramos altos.

Um titanismo vitorioso, coberto de glória e feridas, pode voltar a ressentir a beleza ingénua, a inocência e o bem, na fórma da aragem que embala as florinhas, na frescura humilde do arroio, na sombra acolhedora da árvore, no sonho que trespassa a grande voz dos elementos.

Deponho então as minhas limas, As minhas tesouras, os meus godets de verniz, Os polidores da minha sensação E solto meus olhos a enlouquecerem de Ar! Oh! poder exaurir tudo quanto nêle se incrusta, Varar a sua Beleza sem suporte, emfim!

Pode esta ser deprimente, humilhante: e sempre o é quando não compreendida, quando em sua beleza suprema sentida não pode ser!... A dôr forte, virilisadora, a dôr profunda e amoral, a dôr em que o eu domine, dôr de espirito... é que é a dôr suprema, a dôr estética!

A Beleza é pra mim, ó ninfas! o segredo com que Deus me vestiu de Lindo!... Ai, tenho medo de morrer o que sou ás mãos desse desejo das ninfas; mas está a sombra que não vejo depois e antes de mim e, se afundo o olhar na ancia de me ver, me vejo ao collo da Distancia! Deixai dormir um pouco o ceo nos olhos meus, eu não os quero abrir antes que os feche, Deus!

O palácio da Água!... «Construi-lo e habitá-lo com miss Fountain se a encontrar um dia...» Eu cuido ver essa beleza de água tal como vive nas pupilas de Harry. Tem uma voz de água, os olhos de água, uma alma de água, clara, imperturbada, e um desejo, um sensualismo de água, envolvente, fluido, esquecedor, como um nirvana de água inexgotável.

Sôbre a sua palidez de supercivilizado, o ar da serra ou a reconciliação com a vida tinham espalhado um tom trigueiro e forte que o virilizava soberbamente. Dos olhos, que na cidade eu lhe conhecera sempre crepusculares, saltava agora um brilho de meio dia, decidido e largo, que mergulhava francamente na beleza das cousas.

Na França ainda êle achava certa paixão de beleza, embora não fôsse senão na faina de um açougue ou na concupiscência; «mas o alemão era por demais vão para se deliciar no quer que fôsse». Nem tinha mudado de sentir em 1874, não obstante muito haver mudado a reputação do valor alemão nas coisas do mundo.

Sempre lhe dissera que não era mulher capaz para um homem de brio e de honra. Tinha-lhe odio, o odio implacavel das velhas criaturas despresiveis aos que têm a insolencia da alegria, da juventude e da beleza.