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Está o mar de leite, e nem a mais ligeira brisa lhe agita as ondas, nem uma nuvem ameaçadora assoma no horisonte! As tempestades repousam, amigo! Não temo a procella, tornou o barqueiro, abanando a cabeça; eu e o vendaval somos conhecidos velhos, e não me assusta a tormenta em noite escura, nem receio ser engulido pelas ondas!

E foi andando, andando até que chegou a um largo rio que precisava atravessar. O barqueiro, que estava proximo, perguntou-lhe tambem em que é que elle lhe poderia ser prestavel e o que é que sabia. Sei tudo! retorquiu o viajeiro nosso conhecido.

Desde hontem que vae para o inferno, tão certo como ser hoje 19 de abril, e chamar-me eu o Tunante de Pé-de-Moira. Não sabes mais nada? Eu, senhor?... tartamudeou o barqueiro relanceando um olhar de medo ao soldado francez que ia sentado é pôpa. Graça Strech comprehendeu-o, e acrescentou: Pódes falar. Não te disse eu que o habito não faz o monge?

Graça Strech lançou mão d'um remo e auxiliou o barqueiro, não sem haver arrancado de si mesmo, com fogosa violencia, a jaqueta do uniforme francez. Que peso que me fazia isto! disse elle sorrindo a Rosina. E voltando-se para o barqueiro: Onde estará agora o resto do nosso pobre exercito, sabes? perguntou vivamente. Anda para Riba-Tamega, senhor.

Chegaram enfim. Num leve silêncio de acaso ouviam-se os soluços dos dois, parece que prolongados infinitamente, na sua expressão de angústia, pelo deslizar monótono das águas... Aquilo confrangia o barqueiro, ele também era pai... Por isso, mal chegaram

O barqueiro que, a distancia, os tinha prevenido contra os perigos do local, ao vêr os vultos teimou que entrassem no barco. Luiz, instado por Carlota, olhou com saudade para as deleitosas testemunhas de seus prazeres, e foi, como arrastado, na direcção do barco. Mas os vultos acceleravam o passo. Carlota e o barqueiro diziam a Luiz que fugisse. Fugir a que? São tres, e eu fujo a trinta.

Cerca do meio dia abicou o barco a um reconcavo sombrio, perto de Pé-de-Moura, onde o barqueiro saltou em terra para ir buscar o fato promettido. Antes d'elle desembarcar, Graça Strech lançou-lhe a mão ao braço, e disse austeramente: Tens filhos? Saiba v. s.ª que tenho quatro. Por elles me exponho á morte todas as noites no rio... Pois bem.

E o José Cosme, sem despegar do seu fadário, ia e vinha pelas ruas do horto, lembrando um autómato ou um sonâmbulo. Às vezes abeirava-se da porta de casa e punha-se a escutar. Como não sentia nada, voltava de novo ao seu passeio. Nisto, de uma vez que passava em frente do cancelo, pareceu-lhe ouvir passos. Ó Tomás! Sr. José! respondeu o que entrava, numa voz que era mesmo voz de barqueiro.

Está bem, mas eu desejava tres respostas a tres perguntas: qual a razão porque uma fonte que antigamente deitava vinho, agora nem uma gotta d'agua deita; porque é que uma arvore que d'antes dava maçãs d'ouro, agora nem folhas tem; e, finalmente, qual o motivo porque um pobre barqueiro tem de remar d'uma banda para a outra, sem que se substitua.

Isso agora é que eu não sei!... Levou-se dos diabos por eu lhe dizer que tive minhas desconfianças a teu respeito... e, ás duas por tres, põe-se a berregar como um barqueiro, e a dizer que antes de vinte e quatro horas um de nós havia de morrer!... Que te parece isto? Parece-me um sonho!... Porque me não chamou?