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O que me parece importante que fique bem sabido é que o primeiro obstaculo á navegação no Busi se encontra no arco Inhandimbe; que a foz do Revue fica a jusante d'este ponto e que os dois rios são navegaveis até ás rochas ou rapidos de Inharumirue, que se encontram no segundo, e que distam apenas, como direi, um dia de viagem do territorio e minas do Bandire, onde, pela via a que me estou referindo, poderá chegar com facilidade todo o material pesado necessario para a sua lavra.

O paiz que fica junto á margem do Revue no ponto onde atravessei este rio é o Zauve, e é n'elle, um pouco a oeste do meu itinerario, que está encravado o antigo territorio portuguez do Bandire, hoje abandonado, e que contém as valiosas minas d'este nome.

Prevendo isso, logo que cheguei ao Quiteve escrevi ao capitão mór de Sofalla, um mouro chamado Amade Sene Abdalá, filho de um Gricar Abdalá, que vemos figurar como lingua do estado nos termos da reivindicação do territorio do Bandire em 1835, e de uma princeza murinane, irmã da actual rainha Gomoni e do actual regulo Murinane, preta ou princeza com que elle Gricar travou relações, e que levou para Sofalla, onde ella passou o resto da vida.

O segundo, que parece proprio para o assentamento de uma linha ferrea, e que agora indico como nota que possa vir a ser util para algum trabalho futuro, seria o que partisse do fundo do que dizem ser o excellente porto a que ha pouco me referia, formado por traz da ilha Boene, ou da margem esquerda do rio ou braço de mar denominado Mutizane, seguisse pelos terrenos planos do baixo Quiteve, atravessasse o Busi, talvez nas proximidades do arco Inhambimbe, ou foz do Lusite, e seguisse pelos valles e margens esquerdas dos rios Mufomose e Mussapa, passando junto ao Bandire até Manica.

Para irem da povoação de Murinane ás minas do Bandire dormem um dia no caminho, chegando no seguinte de manhã; vê-se portanto a que curta distancia estas minas estão de uma via fluvial; quando mesmo ella não seja bem navegavel em todo o tempo, para transporte de pesos muito consideraveis, e que não ha a remover constantemente, póde-se bem escolher a estação propria.

O chefe do Zauve é o regulo Murinane, que foi antigamente de grande importancia; apesar de se vestir como os outros pretos, de como elles se sentar no chão, ainda se apresenta com uma certa grandeza comparado com todos os mais chefes que eu vi. D'este regulo recebi muitas informações ácerca das minas, que estão situadas nas montanhas do Bandire, tanto na vertente do Revue como na do Mussapa.

Como porém os grandes das duas embaixadas me tinham sempre acompanhado, e, depois da sua viagem e ausencia de muitos mezes não tinham ainda estado em relação com os que cercam o Gunguneana começaram em landim discursos que duraram horas, e em que notei que, de certo com as melhores intenções, porque todos os landins com que estive em contacto me deram sempre provas do sympathia, repetidas vezes fallavam em Ferrão, Gouveia, Gorongosa, Manica, Bandire e Inhaoxo, e em que provavelmente disseram que eu vinha para tomar conta de todo o Quiteve, como varias vezes o haviam dito pelo caminho, sem que palavra ou acto algum da minha parte motivasse tal asserção.

Disse que o valle do Mussapa é uma planicie bastante larga; pareceu-me, pelo exame que fui fazendo de varios pontos do meu itinerario, que em parte seguindo este valle e ao sul do macisso de montanhas que separa o Mussapa do Revue, ha uma facha de terreno plano que sobe gradualmente para o interior, que passa não muito longe da povoação de Murinane, que passará junto á base das montanhas do Bandire e continua na direcção de Manica, cujas serras eu distinctamente via n'esta direcção.

As povoações landinas da margem esquerda do Mussapa são muito poucas e formam, como testas de ponte para as densas povoações da outra margem; o territorio de Bandire é nosso, e o regulo Murinane e outros da margem direita do Revue, apesar de obedecerem hoje aos landins e de deverem marchar contra nós, se a isso forem forçados, muito prefeririam estar sujeitos directamente e á soberania portuguesa.