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Acaso crês que todo o labutar eterno do Homem sobre o sólo, a melhorar o inferno dos seus instinctos vis, das suas privações, em guerra aberta ao mar, aos ventos, aos vulcões, ao Infinito, ao Finito, á Besta, ás más paixões, á Terra amarga e dura, á Treva, ao Inconsciente, todo esse fermentar energico, vehemente, toda a rebellião extraordinaria, séria, do Diabo com Deus, da Alma com a Materia, toda a guerra feroz, eterna contra o Abuso, o scismar do que achou, primeiro, o Parafuso, o cerebro do que achou o Esquadrio e o Camartello, o que inventou a Lyra e cinzelou o Bello, o que ergueu sobre a praça o primitivo Arco, o que accende a Caldeira e o que arrojou o Barco aos abysmos do mar com a primeira Vella, o que arredonda a Ogiva e rasga uma Janella, o que inventa o Vapor, esbofeteia a onda, o que descobre a Roda; o que inventou a Sonda, o que quiz ver os soes e inventa o Telescopio, o que quiz ver o insecto e achou o Microscopio, o que contorna o acantho em torno ao Capitel, o que constroe a Estatua, a Valvula, o Cinzel, a Columna, o Timão, o Escopro, mais a Serra, o que forja as crueis armas brancas da guerra, Newton que descobriu o gravitar dos astros, Phidias, ao qual ninguem nunca seguiu os rastros, Humboldt, o que correu todo o Cosmos inteiro, Rouget de Lisle o auctor do eterno hymno guerreiro, Le Verrier que ao Ceu deu mais outro planeta, Orpheu que fez a Lyra e Kempis velho asceta que em sua cella agita a mystica alma humana; o que descobre o Fogo, o auctor do Ramayana, n'aquella India mãe de gerações guerreiras onde erram os fakirs á sombra das palmeiras, n'esse Oriente pae dos deuses indistinctos onde Jesus scismou perto dos therebinthos; tu crês que esse animal das primitivas éras que o Lume descobriu para assustar as féras, o que fez a primeira e tepida Cabana, o auctor da velha , do engenho, da Roldana, da primeira Charrua e do primeiro Arado, Juvenal que varou Roma de lado a lado com suas corrupções, crimes, e vãos delirios como a liturgia extranha dos Assyrios; Platão que ergueu á Alma um templo todo d'ouro maior que Nero tinha e que era o seu thesouro; Durer esse pintor extranho, mysterioso, que achou no Pantheismo o mais infindo goso, e na tela onde pinta as folhas e as verduras, entre os ramos desenha extranhas creaturas, como monges fataes minados pela acédia que dão todo o terror da alma da Edade Media; Cervantes, o cruel, que faz errar a trote toda a alma do Sul que encerra em D. Quichote, emquanto o Fausto sonha em virgens de balladas, e o abbade Rabelais se ri ás gargalhadas; Euclides que decreta as leis da Geometria, a Chaldea que ao Ceu arranca a Astronomia e em torres collossaes, á luz das noutes bellas, traça o grande roteiro eterno das estrellas; Goethe que se fundiu na alma da Naturesa, que cantou o Diabo e a lenda da Bellesa, a insomnia da Sciencia, a lampada do Estudo; Goya que fez do mundo um soluçante Entrudo de mendigos, truões, abbades, estudantes; Rembrandt esse senhor das trevas flammejantes, Juvenal que escarrou na Venus Meretriz, Boudha sereno mestre, indú, grave, feliz, prégando um culto novo entre o feroz gentio; o que inventa o Compasso, o Leme do navio, o que accendeu a Forja, inventa a Picareta, o que primeiro aguça a ponta da Lanceta, Vico, o que abre á Sciencia enormes horisontes Cook que encontra ceus, reinos, terras e montes, Dante, o rei do Terror do Inferno nas vertigens, Lamark que descobre as animaes origens, Aretino que açouta os reis como lacaios, Fulton que acha o vapor, Franklin o pára-raios, Camões que salva um livro e a sua eterna gloria, Thierry o que cegou a trabalhar na Historia, Espronceda que canta o hymno da Miseria, Bukner o santo atheu da Força e da Materia, Moysés que fórma um povo, Isocrates, Isaias, Strauss o que anniquilla a lenda do Messias, Menuisier que sonda o mundo pequenino, Miguel Angelo ancião, o Raphael d'Urbino, Tacito e o seu rancor contra o romano solio, Van-Eych o que descobre e acha a pintura a oleo, Kant que abre á Rasão uma moderna estrada, Koerner que faz o hymno e o cantico da Espada, Darwin o que descobre ao mundo absorto e opaco ser Deus uma theoria e o Homem um macaco; Krishna o que prégou nas regiões da Idéa o mesmo que Jesus nos montes da Judéa; Zoroastro que elevou as almas para o Sol, Shelley que é um atheu, Petrarcha um rouxinol, Ary Sheffer que pinta a lenda dolorida do riso do Diabo e a dôr de Margarida; Hegel que assenta a Idea em throno de brilhantes, Fitche que os homens torna aos deuses semelhantes, Milton que no Ceu, Dante que no escuro, Haekel que no mar, S. João sobre o Futuro, Pascal que estuda a Causa e Cuvier o Effeito, Voltaire o que assassina em cheio o Preconceito, Proudhon o que acutila a gorda Ordem nédia, Werner que deu mais sangue ao peito da Tragedia, d'Alembert que povôa os mundos estrellados, Lao-Tseu que canta os canticos sagrados, Berlioz que inventou a musica do Abysmo, o que achou o Alphabeto e a chave do Algarismo, o que fez a Atafona, o que inventou o Malho, toda essa lenda eterna e escura do Trabalho, todo esse bom clarão que a santa Lyra entorna, todo o fogo da Forja, os urros da Bigorna, os silvos da Caldeira, a Roda do Progresso crês que isto ao gesto teu ameaça retrocesso, e tudo volta atraz, cheio d'horror e medo do dedo indicador do general Macedo, ou então dos dragões dos regios pergaminhos: Hintze, o que não ri, e o Arrobas tres pontinhos...? Desillude-te, ó Velho!

Dos caualos o estrepito parece Que faz, que o chão debaixo todo treme, O coração no peito, que estremece De quem os olha, ſe aluoroça, & teme: Qual do caualo voa, que não dece, Qual co caualo em terra dando, geme, Qual vermelhas as armas faz de brancas, Qual cos penachos do elmo açouta as ancas.

Bem se deixa ver, que o fim de taes expedições e de taes auctorisações é motivado pelas condições locaes da costa deserta e inhabitada, onde o dominio é sómente nominal, onde o trafico portanto se acouta, e onde a acção repressiva não é prejudicial senão ao mesmo trafico prohibido. Pois que receio póde haver d'essa acção assim auctorisada para um fim que é reciprocamente desejado?

Segue da Vidigueira para Pedrogão ao acaso do vento, que o esfarrapa, confundindo-o com a urze. Leva-o o mesmo fim de sempre: pedir, errar... Vae por entre a esteva que o açouta; «o vento fala-lhe»; e, no emtanto, elle nada ouve, caminhando á ventura, como um elemento deslocado da mesma noite sinistra que o persegue...

De que lhe serviria para comvosco a sua terribilissima herança de uma eternidade de tormentos? Ah... deixae-me dizer tudo isto; porque a imagem do velho benedictino está gravada na minha alma como um remorso; e sinto fóra a chuva que lhe açouta as faces ardentes de febre, o tufão que lhe revolve as cãs venerandas, a torrente que lhe alaga os pés descalços.

Como o duro pincel lhes pinta a flor de liz Dos cilicios! e a luz dos olhos mortecidos, E essas rugas que os faz magros, sublimes, vis! Como as pregas alonga aos habitos compridos! Como ás faces lhes cava a pallidez da terra, Como se fossem uns mortos estendidos! Quando as vizões do Ceu nos extases descerra, Ao Crucifixo os pés beijando soluçantes, E açoutando-se qual o mar açouta a serra!...

64 "Dos cavalos o estrépito parece Que faz que o chão debaixo todo treme; O coração no peito, que estremece De quem os olha, se alvoroça e teme: Qual do cavalo voa, que não desce; Qual, com o cavalo em terra dando, geme; Qual vermelhas as armas faz de brancas; Qual com os penachos do elmo açouta as ancas.

O Genio eternisava em breve a Pomponace, E o forte Rabelais batia face a face A escolastica, e a lei theocratica e politica, Bem como o abuso annexo á concepção juridica. A Patria lusitana, a joia do Occidente Á Europa mostra então o poeta Gil Vicente, Que açouta o clero hostil com látegos de risos, E nem sequer poupando os santos paraisos.

Este velho que pára nos patamares das escadas, gordo e molle, de cabellos brancos estacados, é o Gebo. Todo curvo, olha-vos com um olhar aguado e tonto. Ó Gebo! E elle, erguendo o carão afflicto: Anh?... E como este, outros assim. A toda a hora vae o enxurro humano polindo as pedras. A ventania açouta o casarão e passa, levando poeira de scisma, ais, para outro mundo ignoto.

Palavra Do Dia

stuart

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