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Affonso V leu isto, e certamente lhe pesou na alma o remorso de ter cedido ás perfidas suggestões dos inimigos do infante. As palavras que Azurara havia escripto, ficaram. O rei não as cancellou. O espirito de Affonso V fez justiça ao chronista e ao conde, conservando-as. Tal era o homem, o heroe.

Em presença, pois, da chronica de Azurara, ha toda a razão para duvidar da authenticidade de um manuscripto que ninguem mais viu, pois que, tendo Azurara fallado com quasi todos os descobridores, e consultado todos os escriptos para compôr a sua «Chronica» , parece-nos pouco verosimil ter-lhe escapado este escripto, e tambem o seu auctor, que se diz companheiro dos descobridores da Madeira, e que, segundo diz o auctor das «Epanaphoras», devia viver no paço do infante D. Henrique, ao tempo em que se achava tambem Azurara.

*Vasco Fernandes de Lucena Ruy de Pina* O nome de Lucena parece vir pouco a ponto em uma noticia dos historiadores portuguezes, porque d'elle não resta uma pagina original sobre historia; mas julgamos dever fazer menção de Vasco Fernandes, não por ter sido um dos homens mais celebres do seu tempo, como tambem, e principalmente, por ser d'entre elles o primeiro que, depois de Azurara, teve o cargo de chronista-mór.

Antes d'esta compozera a da tomada de Ceuta, que serve de terceira parte á de D. João I escripta pelo immortal Fernão Lopes; e depois d'ella a de D. Duarte de Menezes. Estas são as tres obras, que com certeza se podem attribuir a Azurara.

Move a riso ver o pobre Azurara a lidar em pôr claro como a luz do dia, com a auctoridade de S. Jeronymo, Sallustio, Fulgencio, e casy todolos outros auctores, que são temiveis as más linguas, como causa somno o observar os tractos que o illustre dramaturgo italiano ao juizo para nos fazer odiar a tyrannia, ácerca da qual escreveu um volume, cousa muito escusada na moderna litteratura.

Gomes Eannes de Azurara, escrevendo a sua Chronica de Guiné, diz que foram cinco as causas que determinaram o sr. infante D. Henrique a emprehender as navegações, e a mandar navios portuguezes aos descobrimentos da costa africana.

Descobrimento do Brazil No anno seguinte ao da volta de Vasco da Gama encarregou D. Manuel a Pedro Alvares Cabral, senhor de Belmonte e alcaide mór de Azurara, o mando de uma armada de treze velas, que devia na sua derrota correr a costa de Sofala, visitar o rei de Melinde, chegar a Calecut, e proseguir na empreza, a um tempo mercantil e guerreira, iniciada com tanta fortuna pelo primeiro descobridor.

Mas isto não é assim, perdoe-nos o snr. Major: ha aqui um equivoco. O processo do descobrimento que Barros diz ter tirado de Azurara é o da Guiné e não o da Madeira; mas além d'isto, tanto para uma como para outra relação, do que Barros se serviu foi dos manuscriptos de Azurara e de Affonso de Cerveira , e não da chronica propriamente dita, porque essa ao tempo tinha desapparecido do reino .

Não marca Diogo de Paiva o tempo d'este successo; mas conjecturamol-o no meado do seculo XV, reinando D. João II. Este Fernão Cabral, que levou a mulher ao patibulo, era quinto neto de Alvaro Gil Cabral, que el-rei D. João I fizera alcaide-mór de Azurara. Computando o lapso das gerações poderão os curiosos, favorecidos por algum linhagista menos indulgente, determinar a época da tragedia.

Os louvores do Infante D. Henrique e a apreciação dos actos que lhe valeram o cognome de Navegador, occupam grandissimo espaço na litteratura patria e estrangeira. Desde a Chronica de Azurara até aos Filhos de D. João I do sr. Oliveira Martins, é longa a lista dos escriptores que se têem occupado do Infante.

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