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A Austria impaciente, mas resignada, a Prussia rendida em Jena, a Russia desenganada em Austerlitz e Friedland proclamavam a vaidade da liga continental. Mas Bonaparte, na maior elevação a que fôra dado subir, tocado o apogeu, não foi superior á fragilidade humana. Os deslumbramentos da grandeza trouxeram a vertigem. O abysmo chamou pelo abysmo.

Michelet, demolindo no seu ultimo livro a legenda napoleonica filha da reverencia da historia pelo falso heroismo de Bonaparte, mostra-nos que a fascinação grosseira produzida pelo «heroe de Marengo e de Austerlitz» teria cahido perante o bom senso e perante a gargalhada, se a França não tivesse perdido, depois do Terror, o riso, a sua grande arma contra os tyrannos.

Como se sabe, é esta uma designação vulgar da batalha de Austerlitz, onde estiveram os dois imperadores nomeados, completando Napoleão a trindade coroada. Rosina seria pois a andorinha da caserna se não fosse antes a mariposa do acampamento. Tinha um pouco da floresta, seu berço, e um pouco do quartel, seu ninho. Estes poucos fizeram o todo.

A legenda napoleonica esvahiu-se inteiramente das consciencias, e bastou um sopro de Michelet para apagar para todo sempre nas tradições marciaes da geração actual o sol de Austerlitz. Courbet morreu antes da poder ser reembolsado da importancia da multa a que o condemnaram como inconoclasta.

Ao fundo da scena havia trez cadeiras de braços, que se conservaram devolutas até á chegada de Junot, e em frente o busto de Napoleão a resaltar sob um docel armado com quatro bandeiras em que se liam os nomes de outras tantas batalhas assignaladas: Marengo, Austerlitz, Iena e Friedland.

Um burguez francez dos quatro costados e com todas as virtudes médias e as qualidades mediocres da burguezia francesa eis o que o Sr. Levy pretende fazer do heroe das Pyramides e de Austerlitz e de Arcole e de Wagram!...

Seja assim para honra da raça latina, onde não ha filhos espurios dos chatins do Oriente. Napoleão vestiu aquella farda dos caçadores da velha guarda, como se estivera em Marengo, Austerlitz ou Iena. Entrou com o general Becker, e com os legionarios dedicados da sua heroica Iliada, n'um escaler ultimo refugio das suas glorias e subiu para o brigue francez, que ia leval-o á esquadra ingleza.

Napoleão I, na ilha de Sancta Helena, mandou escrever no seu Memorial que «um homem deve ter muitas mulheres». Fez o que disse, e formulou uma maxima ao alcance de todos os tolos, salvo seja. A aguia de Austerlitz alçou aos páramos da sua ascenção axiomatica os infimos escaravelhos e osgas d'estes nossos paues burguezes.

Accrescentou logo que deixara a liberdade do seu paiz, e saíra a procura-la n'outros pontos do mundo, a fim de compara-la com a que deixara na sua terra, rachitica, derrengada e aleijadinha. Fernando despediu-se fatigado da convivencia: o filho do artista dava pouco pela gloria de conversar fito a fito com um ex-monarcha, irmão do heroe de Austerlitz, das Pyramides e de Friedland.

Quando o seu velho protector morreu, um anno depois de Austerlitz, ella acompanhou-o com os camaradas á sepultura, e, como limpasse furtivamente duas lagrimas, disse-lhe um dos soldados: Pois tu choras, Rosina, tu, a que viste os trez imperadores?! E ella, voltando-se de subito, respondeu: Não choro eu, chora a França.