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E o pobre rapaz parou em meio, de cansado; depois recomeçou, fazendo-me a historia do trabalho: O homem ao destacar-se do ultimo élo da cadeia dos sêres, sentiu-se forte e senhor da terra. A natureza offerecia-lhe por toda a parte seus peitos uberantes, e este rigosijo de harmonia ligava a sua existencia á vida pantheistica do universo. A grandeza do homem n'este cyclo genesiaco, symbolisaram-na os escriptores sagrados no reflexo de graça e de innocencia que descia das alturas sobre a sua fronte; os escriptores profanos, menos inspirados pelo idealismo espiritual, retrataram-a na plastica, nas fórmas gigantes do corpo e na magestade homerica de uma estatura heracleana. N'este primeiro dia, foi o homem como os anjos, via e falava face a face com a divindade; n'este primeiro dia foi um gigante da terra, dominava pela força cyclopica. Ambos os dois mythos têm um fundo de verdade revelada pela inspiração e intuição do passado aos prophetas da historia. Senhor e rei na creação, o homem deixou-se enleiar no seio voluptuoso da natureza. Admirou e caiu adorando. N'esse instante descobriu a sua nudez, e escondeu-se; sentiu a fome e a sede e as dôres do desterro. O outro mytho, mais violento e terrivel, para filiar n'essa queda o naturalismo e anthropomorphismo, fal-o mergulhar no bruto, e o satyro, o minotauro, é o homem a confundir-se na cathegoria inferior dos primates. Á queda succedeu a rehabilitação, como ao occaso a nova aurora de luz. Era a lei eterna das antitheses. Foi o trabalho o signal da rehabilitação, será o caminho para a apotheose. Sic itur ad astra. Nos mythos do Oriente, tenebrosos e tragicos, o trabalho é um stigma que pésa sobre o homem, é a dor, a atribulação, é a terra produzindo cardos e espinhos, fecundada pelo suor do seu rosto.

Esta energia de habitos vai tão longe, que se exerce sobre porções dos seus livros que parece deveriam escapar a ella. Copio do Portugal contemporaneo estes titulos de livros e capitulos: Fuit homo missus a Deo; Sic itur ad astra; O principio do fim; victis; Os impenitentes; A raposa e suas manhas.

Lisboa! Eu bem via as lagrimas da minha mãe, mas este grito da minh'alma calava-me o coração. Fui despedir-me do mestre-escola que, adeante de todos, me deu um valente abraço, dizendo-me: Continua assim, meu rapaz. Sic itur ad astra! Eu, muito envergonhado, para fazer alguma coisa, bafejava a palla do bonnet e limpava-a depois á manga da jaleca. Ficou-me o latinorio no ouvido.

Não sabia o que elle queria dizer... Depois lembrou-me de repente. Sic itur ad astra. Ad astra, ad astra! repetiu machinalmente. E, com os olhos vidrados fitando os florões do tecto, ficou-se a sorrir, como se Deus o houvera levado para um Brazil ideal. Quando começou de namoro com a Maria Eduarda, ainda não havia carreiras de vapor.