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Chama-se, simplesmente, Arthur Soares... O meu afilhado?!!... Deus não quiz que V. Exc.^a, snr.^a D. Maria da Gloria, calcasse aos pés as venerandas cinzas de seus avós, e matasse seu pae proximo do tumulo... O snr. Arthur Soares, não póde ser... seu marido, porque... morreu!...

Podia, se fosse vil, prevalecer-me do acaso. Quero que me fique conhecendo. Quero mostrar-lhe que sou digno do honrado nome de meu pae. Se o deixar saír para onde vai? Para o exercito de sir Arthur Wellesley.

Arthur cantava enternecido, o olhar vago; mas nos intervallos, durante o acompanhamento, sorria em redor e na sua boca cheia de sombra viam-se os restos de dentes pôdres.

E conheces bem, filha, as qualidades do homem por quem assim queres sacrificar-te?!... Conheço, e vai tambem avalial-as a minha querida e santa mãe: Arthur, sabe que é amado por mim, adora-me, e nunca da sua bôcca sahiu uma palavra, que meus paes não podessem ouvir.

Retirou-se Arthur Soares, e o mesmo foi que abrir-se um dique á torrente do odio represado no coração de Leopoldo. Ficou o leão rugindo no seu antro, prestes a cahir no abysmo cavado a seus pés pelo amor e pelo ciume. «

Depois Arthur Couceiro, cada dia mais chupado e mais tisico, cantava o fado novo que compuzera, chamado o Fado da Confissão; eram quadras feitas para regalar aquella piedosa reunião de saias e de batinas: Na capellinha do amor, No fundo da sacristia, Ao senhor padre Cupido Confessei-me n'outro dia...

Calculadamente se affastava o mais que podia de Arthur Soares, sem deixar de notar as suas desapparições, e de as commentar mentalmente.

Os desvélos do pae e da amante, auxiliados pela constituição vigorosa de Arthur, arrancaram-n'o das bordas do tumulo. convalescente, tomou um dia as mãos do pae e de D. Maria, beijou-as religiosamente, e disse-lhes, com lagrimas na voz, e nos olhos: Porque me não deixaram morrer?!... Acabava tudo, e não os faria soffrer mais...

D. Maria da Gloria, antes de sahir, na companhia do padre Alvaro, para a casa materna, tivera com sua irmã largas conferencias, e recebeu d'ella um escripto do punho paterno, em que lhe era concedida licença para unir-se com Arthur Soares.

Mas indubitavelmente uma força superior á minha vontade guia a minha mão, e sempre vejo cahir sem vida o meu adversario. a primeira vez que me bati tive desejos de sahir vencedor; era uma creança, e a vaidade e o amor proprio cegavam-me. Então tive a desgraça de matar um amigo intimo, um antigo condiscipulo. Pobre Arthur!

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