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Assim, n'esta paixão que me devora, Se aos labios essas syllabas me assomam, As negras sombras da minha alma tomam Gradualmente o explendor da aurora! Toda a idéa recua um passo, Aplanam-se os dominios do futuro, E do crystal mais transparente e puro Se me arqueia a abobada do espaço!

O Villico, o gordo e azafamado Ordonho, galga arquejando aos eirados da torre albarrã e reconhece o pendão de Lopo de Bayão, o seu toque de trompas á mourisca, arrastado e triste no silencio dos campos. Então arqueia as cabelludas mãos na bôca, atira o alarido: Armas, armas! que é gente de Bayão!... Besteiros, ás quadrellas! Homens em chusma ás lavadiças da carcova!

Succede, porém, uma vez ou outra, encrespar-se uma onda, que logo se arqueia em vagalhão, e se abre em voragem. Ahi resvala a riqueza do homem, que se arrodelára com ella das farpas do mundo. Os brilhantes impenetraveis do arnez cahiram e rolam na profundidade do abysmo. Aqui está o homem a pensar em Deus, porque está pobre, está sósinho, se não idolo dos outros e divindade de si proprio.

«Quando em confuso passado apenas surge Qual fumo tenuissinio ou phantasma Á meia noite visto, á luz da lua, Ao longe, entre arvoredo, quando o sopro Da tempestade assobiou nas trevas Pela antena da náu do vagabundo; Quando a dôr sua em olhos d'ente vivo Não achou uma lagrima piedosa, E nos seus proprios são vergonha as lagrimas, Quando, se 'inda as derrama, ellas gotejam Não sobre seio que as esconda e enxugue, Mas sobre a vaga que se arqueia, e passa Sem as sentir; então o soffrimento, Filho de longo padecer, converte O coração do desditoso em marmore, Onde nunca penetra um puro affecto, Onde o nome de Deus sossobra e morre Entre o bramir de maldições e pragas

Quando isso tudo se converte em sombra, Que em confuso passado apenas surge Qual fumo tenuissimo ou phantasma Á meia-noite visto, á luz da lua, Ao longe entre arvoredo: quando o sopro Da tempestade assobiou nas trévas Pela antena da nau do vagabundo; Quando a dor sua em olhos de ente vivo Não achou uma lagryma piedosa, E nos seus proprios são vergonha as lagrymas, Quando, se 'inda as derrama, ellas gotejam, Não sobre seio que as esconda e enchugue, Mas sobre a vaga que se arqueia, e passa Sem as sentir; então o soffrimento, Filho de longo padecer, converte O coração do desditoso em marmore, Onde nunca penetra um puro affecto, Onde o nome de Deus soçobra e morre Entre o bramir de maldicções e pragas.

Era decerto o pasmo que a gelava, porque não saiu da treva uma palavra. Eu continuei numa emoção crescente em que vibrava a ânsia de a soltar: Vai ser livre, livre como outrora. Acorde as suas asas esquecidas. Diga adeus a essa gaiola imunda. Olhe mesmo daí: que encanto de hora! A noite arqueia ao pêso das estrelas... Uma palavra sua e abro-lhe a porta. Não duvide. Sou forte.

De repente soltou convulsamente, repicando a lingua, uma ululação desolada: Lu! lu! lu! lu! lu! Atirou-se de bruços para o divan: e estirada, na attitude d'uma Esphinge, ficou dardejando sobre nós, séria e immovel, os seus grandes olhos tenebrosos. Hein? dizia Potte, acotovelando-me. Veja-lhe o corpo... Olhe, os braços! Olhe a espinha como arqueia!

O anjo das flores liberal te arqueia de bordada verdura as rescendentes claras janellas. Um bulicio manso de amigas vozes teu recinto alegra. Na sua tépida choça os bois ruminam ante o feno em montões; dorme no páteo farto esquadrão lanigero; ao sol pôsto, cão, dos lobos terror, te vela as noites; teus gallos as demarcam vigilantes.

Apressadamente Como soava um martellar frequente, Véspera da saida dos navios! Ah! Ninguem entender que ao meu olhar Tudo tem certo espirito secreto! Com folhas de saudades um objecto Deita raizes duras de arrancar! As navalhas de volta, por exemplo, Cujo bico de passaro se arqueia, Forjadas no casebre d'uma aldeia, São antigas amigas que eu contemplo!

E aquella, que a bondade De Deus em si reflecte, Em quanto ao sol compete Mostrar-lhe a magestade, Á luz extrema d'hoje Ergueu livida a face Com medo que avistasse Quem busca, e de quem foge. Fluxo e refluxo eterno D'alma contradictoria, Que após continua gloria, Anda em continuo inferno. Poeta! é copia tua, Supplicio igual te inquieta. Mas que alma de poeta Teu seio arqueia, oh lua?