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Como assim?! Se inda ha pouco ahi chorava O producto do crime e da traição?! Margarida Era a voz da verdade e da razão, Illuminando as trevas da mentira! Arminda

Não diga mais, Porque as suas palavras são fataes, Fataes p'ra o nosso crime, e redemptoras Para quem se dirigem, salvadoras P'ra quem lançadas vão! Basta, senhor, Em nome da verdade occulta em dôr! Arminda Mas... o que falla ahi, n'essa existencia! Margarida Qualquer coisa da minha consciencia! Henrique E agora falla a vós d'alta vingança Nos gemidos que solta essa criança!... Margarida Senhora!

Diga-me, antes, senhora, que aconchega O fructo que a immoral lhe deu e lega Como espelho constante de traição, Como sobrio reflexo da illusão Em que cahi!... Arminda Pois seja! Assim o diga!... Esta creança... Henrique O insulto!... Arminda

Abysmo e pasmo Ante o revoltantissimo sarcasmo Que preside á mudança d'este lar No mais indecoroso lupanar! Arminda E eu então, pasmo e abysmo, meu senhor, Do biltre que, sem honra e pondonor, Se arroja a censurar, altivamente, A esposa que despreza infamemente! Saia! Que jámais tem auctoridade Para insultar, quem na indignidade Vagueia e procura o seu viver! Henrique Mas eu sou homem!

Cae o panno Casa de Arminda ricamente mobilada. Portas lateraes e ao fundo. Á direita alta um biombo cuja frente para os espectadores e encobre de fundo o que dentro se passa. Uma creança repousa n'um pequeno berço. Ao centro da salla uma meza sobre que pousa um cesto de costura e onde se encontram algumas peças de enxoval para creança.

Arminda Não queira ter o arrojo De desmentir-me, pois qual, qual estojo, A guardar um brilhante lapidado, Assim foi e era o meu véu de noivado; Assim foi o meu véu, que descoberto, Lhe mostrou, afinal, o que de incerto Era o seu pensamento em ideal... Henrique Mas hoje, o positivo e o real... Arminda Nada d'interrupções! Estou fallando, E desejo ir a pouco demonstrando O meu sentir.

Que deseja? Henrique Confessar uma culpa que me peja. E se ha muito, se ha muito ando perdido, Bem penitente aqui tem seu marido!... Arminda Que diz o senhor?! Meu marido?!... Henrique Sim, E n'essa qualidade eu aqui vim... Arminda E como tal pretende apresentar-se?!... Henrique Se licença?... Arminda Então! Queira sentar-se.

Margarida Não sei! Olhe? não sei!... Bem , bem , Que nós obramos sem alma nem . Pois eu sei senhor! sim, eu sei O que fiz? Foi apenas o que Esta vil creatura! Foi sómente A pratica d'um acto inconsciente!... Arminda E que, talvez, por essa inconsciencia, Um porvir se consiga da innocencia... Descança ella no leito que lhe dei, Embalada p'la dôr que alimentei.

Que veio aqui fazer?!... Henrique Abrigar-me ás caricias da mulher... Arminda Hein! Que diz?! Da mulher?! Bem affirmo eu Que o senhor se enganou, e qual judeu Errante, anda passando em falsa estrada, Illudindo-se ao certo na morada! Henrique Arminda!... Arminda

Vamos, falle? Porque emudece? Tem aqui o mal, E é ante elle que deve demonstrar O cynismo, a baixeza d'este lar, E tudo o mais que omitto, occulto e callo! Henrique Fallar? Eu... eu... senhora? Sim, eu fallo... Eu vou fallar, consente?... Arminda Porque não?! Henrique Pois fallarei! Margarida Perdão! Perdão! Arminda Mas, em nome de quê?... sim?... e porquê?! Henrique

Palavra Do Dia

stuart

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