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Elle tambem... insistia a outra não póde alargar-se muito. Um caixeiro... Deixe lá. Ha por ahi patrões, que vivem em maiores apertos. Diga-m'o a mim, snr.ª Antoninha. Olhe a minha Luiza... Conhece? A filha do nosso Antonio. Pois esteve alli abaixo a servir seis mezes em casa do commendador Collaço e saíu de lá porque aquillo chega a pouca vergonha. Os criados passavam fome de rato.
Uma pessoa fina, e... A gente sempre vê cousas!... Aqui ha tempos... Vá vendo a snr.ª Antoninha; ia eu já a abrir a porta da rua, pela madrugada, e entrava aquella creaturinha para casa. Vinha amarello, esgadelhado; bem se conhecia o estado d'aquella cabeça. Não, tambem com uma vida assim não póde ir muito longe. Pois não, não... E é até uma felicidade para elle, se morrer.
O Antonio Moreno, tão justamente chamado em Coimbra Antoninha Morena! Não, realmente, era a derradeira degradação a que podia rolar um paiz! Depois d'esta, para harmonia perfeita dos serviços, só outra nomeação, e urgente a da Joanna Salgadeira, Procuradora Geral da Corôa!
Por isso eu digo: a snr.ª Antoninha não é das que tem razão de queixa. Ai, não sou, não, senhora; isso não sou; graças a Deus. O passadio é bom?
E a pequena não tem por ahi já a sua inclinação? Ha de ter... Não... Que eu saiba... Ha de ter, ha de ter. Hoje em dia! Olhe a snr.ª Antoninha aquella rapariga do Cosme Villas-boas, uma creança se póde dizer... pois o que ahi vae já com ella por causa do filho do escrivão! Sim. Então?...
Faz lá ideia do que alli está! Um estroina assim não ha! Recolhe-se a casa lá porque altas horas da noite. Dorme até ao meio dia. Ora veja a snr.ª Antoninha que vida póde ser a d'elle. Então joga? Elle joga, elle fuma, elle passa a vida nos botequins e nos theatros, elle bebe, elle anda sempre com más companhias. Que tal! Hein! Isso não faz ideia!
Ácerca d'esta familia, outras miudezas seriam intempestivas agora. Saudemos com lagrimas a entrada de Rachel n'esta historia, que principia desde hoje a tomar as proporções d'um escandalo monumental. Não sabes quem hoje me escreveu? disse D. Marianna a Rachel, terminada a partida do quino? A minha Antoninha do convento. Sim? que novas lhe dá ella do filho?
Ha dias em que não faz outra cousa. Arrenego eu o Judas Iscariote! E então, snr.ª Antoninha, é um menino a quem tudo faz conta. Não sei se me entende? Seda e chita é tudo panno para elle fazer obra. Dizia o Luiz, que foi muito tempo criado d'elle, que eram tantas as cartas que recebia de differentes, que era uma cousa por maior! Tratante! O que elle precisava...
Emfim uma cousa é ver, outra é dizer. Aqui ha dias passaram ahi todas e eu benzi-me e tornei-me a benzer! Não que nem a rainha póde luxar assim. Qual! Ora, veja a snr.ª Antoninha, o pae dizem que não ganha mais de trezentos mil réis por anno. Milagres não se fazem... O dinheiro não nasce no quintal... Deus sabe d'onde elle vem. Eu tambem sei alguma cousa, vamos lá.
Palavra Do Dia