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Immediatamente cada um declarou retirar as palavras offensivas que tinha dito; e apertaram-se gravemente a mão. Depois conversaram. O conego, o que o tinha enfurecido era ser com a pequena de casa. Se fosse com outra... até estimava! Mas a Ameliasinha!... Se a pobre mãi viesse a saber estourava de desgosto. Mas a mãi escusa de saber! exclamou Amaro. Isto é entre nós, padre-mestre!

Alargou-se principalmente sobre o caracter de João Eduardo, a sua impiedade, as suas orgias... E, considerando um dever de christã aniquilar o atheu, deu mesmo a entender que alguns roubos, ultimamente commettidos em Leiria, eram «obra de João Eduardo». A Amparo declarou-se «banzada». O casamento então, com a Ameliasinha... Isso pertence á historia, declarou com jubilo D. Josepha Dias.

Mas quando o parocho fallou da irmã moribunda, affligiram-se com polidez; e o senhor administrador disse: Deve estar muito sentido, comprehendo... De mais a mais essa outra desgraça na casa d'aquellas senhoras suas amigas... A pobre Ameliasinha, morta assim de repente... O antigo Bibi exclamou: O quê? A Ameliasinha, aquella bonita que morava na rua da Misericordia? Morreu?

Ah! estava certo que a Ameliasinha, livre d'aquelles galfarros, correria logo aos seus braços, com lagrimas de reconciliação...

Mas o facto saliente da sua vida o facto commentado e murmurado era a sua antiga amizade com a snr.^a Augusta Caminha, a quem chamavam a S. Joanneira, por ser natural de S. João da Foz. A S. Joanneira morava na rua da Misericordia e recebia hospedes. Tinha uma filha, a Ameliasinha, rapariga de vinte e tres annos, bonita, forte, muito desejada.

Oh, Ameliasinha! oh, filha! não te trocava por uma rainha! Ella desceu. O parocho, dando uma arranjadella ao leito, ouvia-a em baixo fallar tranquillamente com o tio Esguelhas; e dizia comsigo que era uma grande rapariga, capaz d'enganar o diabo, e que havia de fazer andar n'uma roda viva o pateta do escrevente.

Amaro resvalou, firmou-se e, sentindo entre os braços o corpo d'ella, apertou-a brutalmente e beijou-a com furor no pescoço. Amelia desprendeu-se, ficou diante d'elle, suffocada, com a face em braza, compondo na cabeça e em roda do pescoço, com as mãos tremulas, as pregas da manta de . Amaro disse-lhe: Ameliasinha! Mas ella de repente apanhou os vestidos, correu ao comprido do vallado.

Foi mesmo necessario que Amelia a levasse a baixo, ao quarto da S. Joanneira, a reconfortal-a caridosamente com um calix de geropiga. Ameliasinha, disse então João Eduardo, se eu sou necessario para alguma coisa... Não, obrigada. Ella está por instantes, coitadinha.

Ia tão levado que, esquecendo um habito de quarenta annos, não dobrou o joelho ao Santissimo. E arremessou-se para a sacristia justamente quando o padre Amaro sahia, calçando cuidadosamente as luvas pretas que usava agora sempre para agradar á Ameliasinha. O aspecto descomposto do conego assombrou-o. Que é isso, padre-mestre?

E falle á noite á Ameliasinha, disse ao sahir. Eu venho ámanhã, e felicidade não ha de faltar... Louvado seja Nosso Senhor! acrescentou a S. Joanneira retomando a sua costura, com um suspiro de muito allivio. Apenas n'essa tarde Amelia voltou do Morenal, a S. Joanneira, que estava pondo a mesa, disse-lhe: Esteve ahi o João Eduardo... Ah!... Ahi esteve a fallar, coitado...

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