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Krafft-Ebing classificou a Paranoia pelo contheudo das idéas delirantes, descrevendo uma fórma persecutoria com o seu sub-grupo processivo, e uma fórma ambiciosa com as suas variedades religiosa e erotica; e notou o sabio professor de Graz que estas fórmas podem observar-se isoladas e podem ora coexistir, ora succeder-se no mesmo doente. Na descripção da Paranoia persecutoria insistiu na passagem gradual e progressiva das idéas hypocondriacas ás de perseguição e d'estas ás de grandeza. Segundo a pratica do grande alienista, esta ultima evolução dar-se-hia n'um terço dos casos da doença.

Griesinger,Obr. cit., pag. 387. Sobre a necessidade do neologismo nos delirios systematisados de uma longa duração, escreve o eminente alienista: «Por vezes a linguagem ordinaria não basta ao doente para exprimir o proprio pensamento, pelo que construe, ao menos para traduzir as suas concepções delirantes, um vocabulario especial, que elle crê ser a linguagem primitiva, a linguagem dos ceus» . Ainda a proposito da exteriorisação do delirio, Griesinger nota que «por vezes o doente occulta cuidadosamente o seu systema geral de absurdos» .

Responderá Magnan que o delirante chronico é normal até á invasão da vesania. Mas quem não que, se o eminente alienista se não engana, affirmando tal, os seus dois criterios brigam? Por outro lado, como vimos tambem, a estygmatisação physica apparece algumas vezes nos delirantes chronicos.

Procurando apenas «estabelecer um typo clinico e determinar os caracteres que devem entrar na sua definição», o notavel alienista declara abster-se de estudar «a marcha decrescente da doença e as suas indicações therapeuticas». Tal é nos seus traços capitaes e na sua mesma essencia a extraordinaria memoria de Lasègue.

Tal é a doutrina da Paranoia secundaria, segundo Tonnini, profundamente diversa, repetimol-o, da theorisação de Griesinger. Vejamos agora como o alienista italiano documenta a sua tão original concepção.

No seu memoravel trabalho sobre este assumpto, o eminente alienista começa por notar que as idéas de perseguição apparecem como episodio symptomatico e a titulo de phenomeno incidente no alcoolismo, nas loucuras provocadas por certas substancias narcoticas e em muitos delirios parciaes; na doença, porém, que elle descreve pela primeira vez essas idéas não são um syndroma fortuito, mas um facto constante e essencial, um phenomeno preponderante e fixo.

E as distincções entre aquelle e estes são, segundo o eminente alienista, tão profundas quanto possivel, porque derivam da marcha, da etiologia e do prognostico.