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O snr. Adelino assomou á janella, em mangas de camisa. Sou eu, snr. Adelino, murmurei abjectamente e tirando o chapéo. Queria fallar á Adeliasinha. Elle rosnou para dentro, para a alcova, o meu nome. Creio mesmo que disse o carola.
Á primeira vista o que pude extremar das trevas era um clarão azulado, como de lamparina baça, cuja claridade se esvaecia logo absorvida pela escura algidez da alcova. Avisinhei-me a passos tremulos da lampada, e distingui um leito, e na almofada do leito um vulto.
Lá ao fundo, lá ao fundo, naquella rua estreita e tortuosa, morava um pequerrucho, uma creança miseravel e doente. Quando se sentia melhor, o mais que podia conseguir era passeiar com a ajuda das moletas ao longo de seu pequenino quarto. Em certos dias de verão os raios do sol visitavam-lhe a alcova, durante meia hora.
Todo o seu formoso sêr, tão appetitoso como um fructo equatorial, fôra-lhe dado sem complicados pudores, no incondicional sacrificio de immenso amor, sincero e simples. Tambem havia-lhe sido fiel, como as mais puras mulheres, e docemente respeitosa, e patriciamente digna, em todas as relações fóra dos ambitos da alcova. Que mais desejava Julio?
Mas hei-de convencel-a, creia v. ex.ª Não me será difficil. Talvez... Com certeza. E mais tarde v. ex.ª ha-de agradecer m'o. Será o meio de se aborrecer menos em Albergaria. N'isto, o escrivão assomou á porta d'uma alcova, em chinellos, sem luneta e sem collarinho, a camisa desabotoada. Oh! disse confuso, queira v. ex.ª perdoar, sr. doutor.
Em compensação a rainha sua mãe todas as manhans se lhe dirigia á cabeceira do leito e a todas as horas mandava perguntar por suas damas se o principe melhorava. Pela saude do joven principe todas as damas, fidalgos e poetas da corte simultaneamente se interessavam. Muitas noites estava a sua alcova liberalmente cheia de amigos e aduladores.
Era, em summa, a alcova atrapalhada de uma touriste que vai vagamundeando a sua vida escoteiramente, sem reparar se ha estofos, estatuetas, bronzes e Sevres e pavilhão de ondulaçoens setinosas, com lampejos crús de metaes esmaltados, no leito das reles estalagens onde pernoita.
As crendices populares de Portugal são geralmente bonitas, e parece sentir-se n'ellas que vieram até nós do genio poetico dos arabes; as dos sonhos porém são quasi todas chapados disparates no genero d'isto: Tres luzes na alcova fazem sonhar com morte ou com casamento.
Ellas chegam ás catervas, Quando acasalam as aves E se fecundam as hervas!... Ao meio dia na cama, Branca fidalga o que julga Das pequenas da su'ama?! Vivem minadas da pulga Negras do tempo e da lama. Não é caso que a commova Ver suas irmans de leite, Quer faça frio, quer chova, Sem uma mamã que as deite Na tepidez d'um alcova?! Nota: Incompleta esta poesia. Foram os ultimos versos do poeta.
Capitulos da altura deste não indigestam. Digerem como sorvas, e fazem render um livro... Todas as mulheres deviam collocar na alcova de orações um nicho, e dentro delle o busto de Aristophanes. Ao mordaz atheniense são ellas obrigadas pela reforma do meu juizo a seu respeito. Antes de lêr Lysistrata, meu pensar era que as mulheres rezavam pela cartilha da Sra. Balbina.
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