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Agardecido, muito agardecido, senhor! balbuciou, de lábios confusos, um meio ancião vestido de saragoça, rapado e calvo, descobrindo-se. Dulcerosamente o Silveira completou: Em fazer-lhes todo o bem que possa.

22 Mas neste passo a Ninfa, o som canoro Abaxando, fez ronco e entristecido, Cantando em baxa voz, envolta em choro, O grande esforço mal agardecido.

Porque em caso que sua mercê venha com mostrança de ira sobre mim, sempre crerei que seu corpo virá com enganos de meus imigos forçado, a que sua nova edade não sabe nem póde resistir, mas que sua vontade sempre para mim e minha honra ficará livre e , como se espera de Principe bom e agardecido como elle é.

Mas neste paſſo a Nimpha o ſom canoro Abaxando, fez ronco, & entriſtecido, Cantando em baxa voz enuolta em choro O grande esforço mal agardecido: O Beliſario, diſſe, que no coro Das Muſas ſeras ſempre engrandecido, Se em ti viſte abatido o brauo Marte, Aqui tens com quem podes conſolarte.

Com esta tamanha necessidade enviou a pedir ajuda a El-Rei Dom Affonso seu genro, que por em tempo de tanta fortuna ser agardecido ás boas obras, e graças que delle tinha recebidas, lhe mandou trezentos Cavalleiros Portuguezes pagos á sua custa por muito tempo, que por honra, e serviço del-Rei o fizeram de maneira em Castella, que sua fama, e bom nome será sempre lembrada, e as Coronicas Despanha, que eu vi dão desso craro testemunho, e destes trezentos Cavalleiros de Portugal, que vieram, e andaram em serviço del-Rei Dom Affonso, creo que se tomou a opinião errada, que em alguns livros vi, em que tem, que a obrigação de que este Rei Dom Affonso relevou a El-Rei de Portugal seu genro, e a El-Rei Dom Diniz seu neto, era de trezentos Cavalleiros com que era obrigado de o ajudar, e servir quando lhe comprisse, a tal sentença, e opinião são errados, porque a obrigação, que El-Rei Dom Affonso, e Ifante Dom Diniz seu filho tomaram por a sobcessão do Algarve, do que foram relevados, era sómente de cincoenta Cavalleiros, que em vida del-Rei Dom Affonso de Castella, contra todolos Reis Despanha lhe haviam de dar, e a verdade desto eu Coronista verdadeiramente a vi nas proprias doações, quitações, e privilegios assellados, e auctorizados, que sobresso se concederam, os quais estão no Castello de Lisboa, na Torre do Tombo de Portugal, de que eu sou Guarda mór, e outros semelhantes deve haver nos Cartorios de Castella.

Vendo e ouvindo a Rainha em Santarem tantos alardos e ajuntamentos de gentes com tantos alvoroços e percebimentos para destruição e morte do Infante seu padre; porque n'ella se encerravam em grande perfeição todalas outras virtudes, esta de amor e piedade para elle tambem lhe não falleceu, e assi porque esta natural divida de sangue sempre a espertava por seu remedio, com vivas lembranças de muita dôr e grande compaixão, como tambem porque de sua innocencia d'elle era mui certificada, se pôs um dia ante El-Rei em giolhos, e com perseveradas lagrimas lhe disse: «Senhor, cesset jam nanus tua, e pois minha desaventura quer que na destruição do Infante meu senhor e padre damnem as falsas culpas mais, do que aproveitam seus merecimentos, nem o grande e verdadeiro amor que vos tenho, peco-vos por mercê, que ao menos como Principe agardecido, vos lembre as obrigações em que por sua tão alta criação, e por outros muitos seus serviços lhe soes, cuja paga devia ser outra, e não esta morte e destruição tão deshonrada, e com isso para alguma mais temperança de tamanha ira tambem vos não esqueça que vos pode nosso Senhor dar de mim filhos que serão vossos ramos, cujas raizes para sua mais honra e louvor deveis desejar e procurar que sejam antes limpas e sãs, que magoadas e sujas como ordenaes.